Record (Portugal)

ÁGUIA NÃO GANHOU PARA O SUSTO

Numa noite de desinspira­ção geral, inclusive de Bruno Lage, valeu Seferovic. Foi por pouco que o Tondela não saiu da Luz com um empate

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

Benfica mantém a liderança da Liga, fruto de uma vitória suada sobre o Tondela. O magro 1-0, expresso no resultado, é suficiente­mente eloquente para se perceber as dificuldad­es sentidas pelos encarnados. A noite foi de desinspira­ção geral do lado da águia, inclusive do seu treinador, que cedo quebrou a ligação entre os sectores da equipa, mercê de substituiç­ões precipitad­as e reveladora­s da ansiedade que tinha tomado conta dos homens da Luz.

Foi já quase ao cair do pano que Seferovic resolveu a contenda, dando o melhor seguimento ao centro de Grimaldo no flanco esquerdo, num período em que, um tanto surpreende­ntemente, ahipótese de ser o Tondela a adiantar-se no marcador chegouapai­rar naLuz.

Do bemao mal

O encontro começou vivo e intenso, com o Benfica a criar várias ocasiões de perigo e o Tondela a jogar olhos nos olhos com o candidato ao título. Nos primeiros 20 minutos, João Félix e Rafa estiveram, por duas vezes cada um, muito perto de inaugurar o marcador. Aliás, o extremo falhou a oportunida­de mais clamorosa da etapa inicial, quando, isolado perante Cláudio Ramos, permitiu a defesa ao inspirado guarda-redes (15’).

Mas a equipa orientada por Pepa, apesar do pouco surpreende­nte bloco baixo no momento defensivo, por vezes com todos os jogadores atrás da linha da bola, também conseguiu prender a atenção de Vlachodimo­s. Joãozinho, com dois remates de longe, e Xavier causaram calafrios na plateia.

Até ao intervalo, a partida entrou, de um modo geral, numa toada morna, com os visitantes a conseguire­m marcar o ritmo e os visitados a não encontrare­m soluções quando chegavam ao último terço do relvado. Grimaldo e Jhon Murillo, perto do fim, ainda protagoniz­aram lances interessan­tes, mas o nulo manteve a teimosia. Na segunda parte, Bruno Lage alargou logo a frente de ataque, com a entrada de Seferovic para o lugar de Samaris, que até estava a ter um desempenho superior ao de Gabriel. Pizzi derivou para o centro e João Félix foi um ala com grande presença na área.

Mas, como o golo não aparecia e a superiorid­ade dos encarnados era cada vez mais colocada em causa pelo opositor, o treinador do Benfica quebrou ainda mais a ligação entre os sectores da equipa. Pouco depois, Pizzi saiu para a estreia de Taarabt e ainda antes do minuto 80 foi a vez de Rafa, que pelo menos conseguia conduzir a bola entre o meio-campo e o ataque, dar a vez a

um Jota obrigatori­amente mais posicional.

Muito por força destas substituiç­ões, que até acabaram por surtir efeito (pelo menos em termos práticos), já que o golo foi apontado por Seferovic, o Tondela discutiu muito mais o jogo e o resultado nos derradeiro­s 45 minutos. Jhon Murillo, uma seta sempre apontada à baliza dos encarnados, quase marcou, logo aos 49’, enquanto Xavier, com um tiro cruzado (73’), obrigou Vlachodimo­s a uma magnífica intervençã­o.

O lance de Xavier teve depois cópia fiel, mas com Jonas e Cláudio Ramos como protagonis­tas. Aliás, exceção feita ao golo do brasileiro bem anulado pelo VAR (50’), esta foi a grande oportunida­de de golo que os encarnados protagoniz­aram durante a primeira meia hora do segundo tempo.

O golo de Seferovic chegou, então, três minutos depois do lance do companheir­o de ataque e logo um outro desafio se colocou à equipa da Luz. Como conseguiri­a ela defender a vantagem com tantos jogadores de caracterís­ticas ofensivas em campo? Conseguir, conseguiu, mas de forma sofrida. Com o Benfica já de linhas recuadas, Patrick, aos 90’+3, desperdiço­u, em plena pequena área, um empate que certamente não escandaliz­aria quem assistiu ao jogo. *

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