FARO PELO GOLO TORNA-OS VALIOSOS
Estatísticas mostram que os dois rivais têm olhos para as balizas adversárias O LEÃO GANHA NAS AÇÕES DEFENSIVAS E COM BOLA. “SEM ELE, A EQUIPA RESSENTE-SE”, SALIENTA TIAGO FERNANDES
Bruno Fernandes e João Félix ocupam lugares distintos em campo, mas há um dado que os une e os torna jogadores valiosos e cobiçados: o faro pelo golo.
O médio é o melhor marcador do Sporting, com 25 golos, mais quatro do que Bas Dost. Inclusive, superou o registo de António Oliveira (22), em 1981/82, tornandose no centro-campista com mais golos numa só época ao serviço dos leões.
O benfiquista, apesar de se ter imposto no onze apenas em janeiro, já é o quarto melhor marcador das águias, com 12 disparos no alvo. É apenas superado por Seferovic, Jonas e Rafa.
“O João Félix é capaz de ser o jogador mais eficaz do momento, o que lhe permitiu aproximar-se dos melhores marcadores do campeonato. Precisa de duas bolas – às vezes nem isso – para marcar um golo”, observa Tiago Fernandes, que orientou o Sporting entre a saída de José Peseiro e a chegada e Marcel Keizer, realçando a forma como se “movimenta entre linhas”. João Tralhão, que conhece Félix da formação das águias, refere que o viseense está como gosta, no 4x4x2 de Bruno Lage. “Atua numa posição que lhe permite libertar a sua criatividade, além de ter presença na área, onde é exímio.” As estatísticas da Goal Point, empresa especializada em análise de dados, relativas à Liga, mostram que Bruno Fernandes e Félix têm olhos para as balizas adversárias. Como se vê na infografia em anexo, além de estarem próximos em golos, apresentam média de remates idêntica. A percentagem de remates enquadrados também é próxima. Curiosamente, apesar de uma média superior de remates dentro da área (2,30 contra 1,30), Félix perde nos enquadrados (46,7% contra 60,7%). O ‘8’ dos verdes e brancos leva vantagem noutros parâmetros, como os passes para finalização – é o segundo melhor assistente da Liga – e nas ações defensivas, resultado da forma como atua. Fernandes lembra “a influência e a preponderância” do médio. “Sem ele, a equipa ressente-se, face às suas ações, sejam defensivas ou ofensivas”. Ocupando uma zona nevrálgica, não espanta que Bruno Fernandes tenha uma média superior de ações com bola (79,70 contra 48,51). “O Bruno Fernandes é a imagem do Sporting. Sem ele, a equipa é completamente diferente. É 8, 10 e até já foi 6”, assinala Tralhão. *