Assalto à Liga saiu da sombra
semana que findou teve um mérito. Veio finalmente para a luz do dia o assalto à Liga que vinha sendo arquitetado nas sombras. Desde a putativa candidatura de Mário Costa, atual líder da Assembleia Geral daquele organismo que se tem feito notar em vários estádios, à contestação do G15 inflamada por vários dos seus membros estarem ameaçados de descida de divisão, até à postura sempre ambígua da FPF, atirando a pedra e escondendo a mão, dificilmente o cenário poderia ser pior para Pedro Proença. Todavia, quem escolheu o caso da reintegração do Gil Vicente para dar o golpe de misericórdia corre o risco de ver a sua estratégia ruir caso tenha de ser esgrimida a céu aberto. A Liga cometeu erros, não fazendo sentido deixar de comunicar à Federação todos os contornos de um acordo tão importante como o que foi firmado entre os gilistas e o Belenenses por uma tecnicalidade jurídica. A questão é que a ferida aberta pela despromoção dos galos dura desde 2006 e, se algo não pode ser criticado a Pedro Proença, foi o facto de ter feito tudo para eliminar esse problema, patrocinando um entendimento que sempre recolheu unanimidade no futebol português. Quem deixa passar a mensagem de que o processo devia ter continuado parado até ficar fechada a questão da indemnização da FPF ao Gil tem de assumir claramente os efeitos desse limbo no futebol português.
As eleições da Liga aproximam- se e Pedro Proença ainda não assumiu a recandidatura. Todavia, quem o contesta não quer assim tanto que saia. Apenas criar um cenário do qual a Liga funcione, dê lucro, mas saia mais fraca e dependente. Esteja Proença pelos ajustes perante quem considerou o caso Mateus “uma vergonha” por falta de decisões institucionais, imagine-se, em tempo útil.