O SOFRIMENTO DE NADAL
O tio do espanhol, Toni, diz que a carreira do n.º 2 do ranking mundial pode estar perto do fim
sabido que Rafael Nadal tem sofrido muito com lesões ao longo da sua carreira, especialmente quando sai... da terra batida. Nos últimos dois anos, o espanhol chegou ao fim de apenas três torneios em piso rápido, com a última desistência a ter acontecido recentemente antes das meias-finais de Indian Wells, quando se preparava para defrontar o seu rival e amigo, o suíço Roger Federer. Toni Nadal, tio e antigo treinador (até 2017) do maiorquino de 32 anos, analisa o momento do sobrinho com palavras... fortes. “O Rafa quer continuar a jogar, apesar dos seus problemas físicos. Isso é o que vai continuar a ser determinante: até quando? Ninguém sabe. Talvez mais dois ou três anos, menos talvez do que os seus fãs e as pessoas que gostam dele pensam...”, assumiu Toni, antes de ser um pouco mais claro. “O que eu digo sempre é que o Rafa não é um jogador de ténis, é uma pessoa lesionada que joga ténis! E isso é muito difícil”, admitiu em entrevista ao jornal espanhol ‘Cinco Dias’, em véspera de mais uma temporada de terra que se espera ser dominada... por Nadal. No pó de tijolo, os joelhos do espanhol sofrem um pouco menos... Toni deixou o comando técnico do sobrinho no final de 2017 nas
“O MEU SOBRINHO NÃO É UM JOGADOR DE TÉNIS. É UMA PESSOA LESIONADA QUE JOGA TÉNIS”, GARANTE TONI
mãos de outro maiorquino, Carlos Moya, também ele um antigo número 1 mundial. O tio de Rafa aprecia a relação que estes mantêm. “O mais importante é que se apreciem e se respeitem mutuamente, isso é algo muito importante. É isso que tem acontecido.”
Críticas aos jovens
Toni Nadal teceu ainda algumas críticas à nova geração do ténis mundial. Para o atual diretor da Academia Rafa Nadal [onde trabalham Nuno Marques e Maria João Koehler] há qualidade, mas... pouca vontade. “Os jogadores mais novos são bons, mas no geral têm pouco compromisso. Já vi jogar vários jovens e vi-os a lutar pouco. Vi-os perder para o Rafa, Djokovic e Federer, mas sem nunca dar o máximo”, lamenta, lembrando que a média de idades de quem domina o circuito ATP subiu bastante. “Quando chegámos ao circuito ATP, os melhores tinham entre 21 e 23 anos. Agora, os melhores têm 29, 30, 32 ou 37 anos”, brincou, em alusão à idade de Roger Federer. *