Psicologia competitiva
Alexandre Carvalho
dérbi de hoje decidirá qual dos rivais lisboetas vai à final do Jamor. Sporting e Benfica discutem a última vaga para a final da Taça de Portugal e surgem em Alvalade em momentos completamente distintos: a equipa de Marcel Keizer luta pela sobrevivência esta temporada e agarra-se à tábua de salvação que pode ser a conquista da Taça; o grupo às ordens de Bruno Lage tem coisas bem mais importantes em que pensar, como é a conquista do título e até a chegada à final da Liga Europa.
Mas será que isto retirará pressão às duas equipas? Obviamente que não. Por uma razão muito simples: mesmo que este jogo, na teoria, seja menos importante para o Benfica do que
NÃO HÁ OUTRA FORMA DE ENCARAR O DÉRBI: KEIZER E LAGE TÊM DE APOSTAR NOS MELHORES
é para o Sporting, a vertente psicológica terá, até final da temporada, um papel determinante, se não mesmo decisivo. Para as águias, sair de Alvalade vergado por uma derrota poderá ser demasiado perigoso no que às restantes competições diz respeito. Aliás, a quebra anímica que o Benfica, eventualmente, poderá sentir terá, certamente, o efeito contrário no FC Porto, que entenderá este desaire como uma brecha de ataque.
Por isso, Bruno Lage não poderá facilitar. Este não é um jogo – como aconteceu na Liga Europa – em que o treinador das águias retira elementos nucleares do onze, esperando que a equipa tenha um rendimento que lhe permita atingir os objetivos propostos. Este é o dérbi eterno, o dérbi de todos os dérbis. Por isso, Keizer e Lage terão, obrigatoriamente, de meter toda a ‘carne no assador’. Beneficiará o espetáculo e, principalmente, o espectador.