“Vitória do Sporting mais estratégica do que tática”
À terceira, o Sporting conseguiu anular a dinâmica do Benfica, no dérbi mais equilibrado da era Keizer - mas não bem jogado. O Benfica foi condicionado na saída pelo tridente ofensivo leonino, agressivo na pressão sem perder o posicionamento relativo. Sinal mais para Luiz Phellype no fecho da linha de passe entre os centrais encarnados e Fejsa, que tornou o 4x4x2 de Lage num 4x1x3x2 com menos largura e profundidade do que o habitual. Nas alas, compromisso defensivo irrepreensível de Acuña , tanto que André Almeida subiu pouco para combinar com João Félix e Pizzi. Com um Bruno Fernandes a cair sobre as alas, e com imenso espírito no ataque à bola, a fluidez do triângulo do Benfica foi interrompida. À direita, Raphinha, mais jogador de equipa, notou uma capacidade de recuperação que não era o seu cartão de visita. Gudelj não tinha liberdade para subir e pressionou bem Félix. Quando este descia mais para ir buscar jogo, Wendel subia a acompanhar. Jogar contra este Benfica com a defesa muito subida havia-se revelado um suicídio tático, e o Sporting não podia consentir um golo que o obrigaria a marcar três para passar. Bruno Gaspar quase nunca assumiu movimentos de ‘overlap’ sobre o extremo invertido à direita e, na esquerda, Borja manteve-se o lateral mais conservador, controlando bem os espaços a Pizzi. Esta foi uma vitória mais estratégica do que tática, que teve tanto de mérito do caráter dos da casa, como de demérito dos visitantes, perdulários e com dois jogadores menos identificados com os processos de Lage: Jardel e Fejsa (e até Svilar). *