Record (Portugal)

CHARTERS DE… PORTUGUESE­S

A ideia de Olli Dahl não é baseada na visão de Futre, mas podia ser. A aposta no talento lusitano continua a dar frutos no futebol finlandês

- ANTÓNIO ADÃO FARIAS

Sauvo, na Finlândia, é uma terra nórdica, fria, mas também a casa de 3.013 habitantes, entre os quais oito portuguese­s que estão ao serviço do Peimari United, um clube fundado em 2010 e que já conta cinco subidas (e uma descida) de divisão desde então, todas com chancela portuguesa. Olli Dahl sonhava ter um clube de futebol na sua terra natal e foi isso que o trouxe a Portugal. Conhecendo a fama e reconhecen­do o proveito português na arte de formar jogadores de elite, o dono e presidente do Peimari trouxe os juniores do clube a Lisboa, em 2011, numa digressão que incluiu estágios na Academia Sporting e no Caixa Futebol Campus, do Benfica. Era a ‘portugaliz­ação’ do Peimari United em marcha. Fascinado com a escola portuARMAD­A LUSITANA guesa, Dahl não foi embora sem levar quem o ajudasse a coordenar todo o futebol de formação do Peimari e a lançar uma equipa sénior. Diogo Nobre, um treinador jovem mas com percurso entre Benfica e Sporting, foi o eleito. O sucesso foi tal, que os seniores subiram quatro patamares de enfiada, estando atualmente na Kolmonen League, denominada 3ª Divisão, mas equivalent­e ao 4º escalão finlandês. Diogo Nobre partiu para outras aventuras, mas teve papel prepondera­nte na escolha dos sucessores. Portuguese­s, claro está. O fatimense Joaquim Valinho “estava sem trabalho” quando o telefone tocou. Tinha acabado de voltar a casa “após passagens pelas Maldivas e pela Tanzânia como adjunto” e não hesitou em partir para uma nova “experiênci­a enriqueced­ora”, desta vez na igualmente distante Finlândia. Liderou o clube nas últimas temporadas, mas partiu para o futebol tailandês e ‘passou’ o comando do Peimari United a Tiago Santos, compatriot­a de Santa Catarina da Serra (Leiria). O frio gélido, os dias mais longos e as noites que não acabam, a dura distância que os separa da família. Ou a vantagem de ser português e desenrasca­do, e o jeitão que dá viver no país da sauna quando o termómetro grita 15 graus... negativos à hora do treino. A temporada 2019 arranca este fim de semana, com nova equipa técnica e plantel renovado, mantendo a matriz portuguesa do projeto, agora personaliz­ada pelos contributo­s de André Miranda, Bruno Heleno, Bruno Rodrigues, Bruno Vivas, Daniel Coutinho, Diogo Pinto, Gerson Lima e o já referido Tiago Santos. *

‘PORTUGALIZ­AÇÃO’ DO CLUBE COMEÇOU QUANDO O DONO LEVOU JUNIORES A ESTAGIAR EM ALCOCHETE E NO SEIXAL

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