Record (Portugal)

SAÍDA DE JESUS CUSTA 380 MIL EUROS

- DIOGO JESUS E JOÃO LOPES

Valores são relativos a prémios e ao último mês de trabalho em Alcochete, apurou Record

A auditoria à gestão de Bruno de Carvalho realizada pela Baker Tilly a pedido da direção liderada por Frederico Varandas, a que Record teve acesso, revela que a rescisão por mútuo acordo, acertada entre Jorge Jesus e o Sporting, envolveu valores acima dos 380 mil euros, 320 mil dos quais destinados ao líder da equipa técnica. Valores que lhe eram devidos, por causa de prémios e pelo último mês que esteve ao serviço do clube. Cai assim por terra a teoria de que a saída do técnico português, que tinha mais um ano de contrato com os leões e fora já anunciado como treinador do Al Hilal, da Arábia Saudita, não envolvera quaisquer verbas e que, depois da tempestade que representa­ra a invasão dos adeptos à Academia de Alcochete, Jorge Jesus e Bruno de Carvalho tinham resolvido a situação de forma airosa. Estes valores eram devidos à equipa técnica, revela a Record fonte próxima do processo, garantindo que Jorge Jesus e os elementos que o acompanhav­am apenas receberam aquilo a que tinham direito à data da revogação do contrato.

Sendo este um bom desenlace para o treinador, agora com 63 anos, foi também um bom negócio para a SAD verde e branca, pois um processo em tribunal poderia obrigar o Sporting a pagar a totalidade das remuneraçõ­es devidas à equipa técnica até ao final da época 2018/19, na ordem dos 8,5 milhões de euros.

Aliás, um dos aspetos a que a auditoria de gestão faz referência é o forte incremento que as remuneraçõ­es da equipa técnica sofreu, entre o início do mandato de Bruno de Carvalho, em 2013, e o final do seu consulado, em 2018. A estrutura liderada por Leonardo Jardim, o primeiro a assumir o comando técnico, custou ao clube pouco mais de 844 mil euros, com o benefício de a sua passagem para o Monaco ter deixado nos cofres de Alvalade 3 milhões de euros, aos quais acresceu um prémio pela conquista da Liga francesa. Seguiu-se Marco Silva, com um salário um pouco superior ao antecessor. Os custos com a equipa técnica subiram ligeiramen­te de um ano (2014) para o outro (2015): de 844,5 para 872 mil euros. O ‘boom’ aconteceu em 2016, com Jorge Jesus. *

UM PROCESSO EM TRIBUNAL PODERIA OBRIGAR SPORTING A PAGAR A TOTALIDADE DAS REMUNERAÇÕ­ES: 8,5 MILHÕES

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CERTO. Técnico recebeu apenas aquilo a que tinha direito

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