“Foi defesa contra tramoias”
Diretor portista não sabe quem lhe deu a informação e defendeu motivos da divulgação
Francisco J. Marques, diretor de informação e comunicação do FC Porto, revelou ontem, no Palácio da Justiça, no Porto, desconhecer quem lhe deu acesso aos emails do Benfica, cujo conteúdo acabou por divulgar no Porto Canal. O responsável portista alegou “interesse público” para justificar os motivos que o levaram a difundir parte do volume da informação que recebeu, e garantiu que “a SAD do FC Porto tinha conhecimento, mas não teve qualquer papel na estratégia de divulgação”.
“Não sei se quem me enviou a informação era homem, mulher, novo ou velho, e ninguém do FC Porto me deu autorização para os divulgar ou deixou de dar”, disse Francisco J. Marques, durante a 5ª
BENFICA RECLAMA 17,7 MILHÕES DE EUROS DE INDEMNIZAÇÃO E A SENTENÇA SERÁ CONHECIDA ATÉ 20 DE MAIO
e última sessão do julgamento em que o Benfica reclama uma indemnização de 17,7 milhões de euros ao FC Porto e cuja sentença será proferida até 20 de maio. “O Benfica fazia espionagem e os emails também foram divulgados para fazer a defesa do FC Porto contra essas tramoias, já que havia indícios de atividades ilegais que adulteraram a verdade desportiva”, defendeu Francisco J. Marques, garantindo que cedeu toda a informação depois de ter sido abordado pela Polícia Judiciária: “Recebi os emails em três períodos, entre meados de abril e julho de 2017, mas 99 por cento dos 19 gigabytes são lixo que nunca revelámos. Dizem respeito a dados íntimos dos árbitros, as suas supostas amantes, bem como assuntos das camadas de formação. Quem me passou as mensagens também disse ter muita coisa complicada sobre a justiça, mas não me deu acesso a essa informação.”
‘Polvo’ rendeu 3500 euros
Francisco J. Marques recebeu 3500 euros de dividendos do livro que escreveu sobre os emails e mostrou-se arrependido de o ter intitulado de ‘O polvo encarnado’: “Devia ter tido mais discernimento e ter-lhe chamado de ‘A teia do poder encarnado’.” *