Record (Portugal)

IMPERTURBÁ­VEL

Com menos um elemento desde os 4 minutos, por expulsão de Renan, o Sporting nunca acusou as adversidad­es e ganhou de forma autoritári­a

- CRÓNICA DE NUNO MARTINS

Um Sporting imperturbá­vel venceu ontem à noite o Aves, de forma natural e autoritári­a. A formação de Marcel Keizer nunca acusou as adversidad­es, manteve o equilíbrio e ficou sempre por cima, mesmo que em inferiorid­ade numérica desde a fase inicial. Na noite do ‘ora erro eu, ora erras tu’, a equipa de Augusto Inácio pode queixar-se de si própria, por não ter sabido aproveitar as circunstân­cias favoráveis que o jogo lhe ofereceu.

À procura do sétimo triunfo consecutiv­o, para igualar a melhor série da época, o Sporting apresentou-se com Jovane no onze. A equipa da casa, que persegue a tranquilid­ade na tabela classifica­tiva, respondeu com o seu habitual esquema de três centrais, com Mato Milos na esquerda, no lugar do castigado Vítor Costa. No entanto, Inácio tinha uma surpresa preparada: encostou Luquinhas a Derley, no centro do ataque, explorando a velocidade do camisola 82. Na primeira parte, Luquinhas foi um quebra-cabeças para os verdes e brancos.

Fé em Luquinhas

Procurava o Sporting assentar arraias no meio-campo avense e tomar conta do jogo, quando, após um lançamento longo de Ponck, Luquinhas aproveitou a descoorden­ação entre Mathieu e Renan, intrometeu-se entre defesa-central e guarda-redes, arrancando uma falta no limite da área e a expulsão de Renan.

Aos 4 minutos, Keizer era obrigado a refazer os planos. O treinador holandês sacrificou Jovane – mal teve tempo para saborear o regresso à titularida­de – e encostou Bruno Fernandes à esquerda. A formação de Alvalade não se desequilib­rou, continuand­o a mandar no jogo. O Aves, por seu turno, vivia das arrancadas de (quem haveria de ser?) Luquinhas. Com o jogo controlado e o campo inclinado para a esquerda, fruto da ação de Acuña e Bruno Fernandes, o capitão deu o primeiro sinal de perigo, com um remate rasteiro, aos 12’, desviado por Beunardeau. O flanco esquerdo haveria de construir o primeiro golo: Acuña, após combinar com Bruno Fernandes, centrou para o primeiro poste, aparecendo Luiz Phellype a antecipar-se a Diego Galo e a finalizar de cabeça – movimento e conclusão em grande estilo do avançado. Perante um Sporting com mais bola, o Aves era dependente das ações de Luquinhas. O brasileiro, depois de ter visto Gudelj desarmá-lo à entrada da área (18’), só seria parado por Salin, aos 33’,

após ter deixado Coates para trás e passado por entre o médio sérvio e Mathieu: penálti que Falcão aproveitou para empatar.

Mais uma vez, o Sporting não acusou o abalo e colocar-se-ia novamente em vantagem, em cima do intervalo. Mathieu concluiu um lance iniciado por um livre de Bruno Fernandes. A bola andou por Coates e Wendel, antes de chegar ao central francês. Valha a verdade que Jorge Fellipe deu uma ‘mãozinha’, recuando e deixando os leões em jogo.

Beunardeau adia

No reatamento, Inácio sacrificou um central (Ponck) e reforçou o ataque, colocando Varela na direita e encostando Luquinhas à esquerda. Com isto retirou protagonis­mo à sua unidade mais ameaçadora na primeira parte.

Não obstante as ameaças de Fariña (53’),Falcão (55’) e Luquinhas (73’), o Sporting teve as oportunida­des mais perigosas, através de Acuña (48’), Raphinha (58’,depois de Wendel lhe estender a passadeira) e Bruno Fernandes (65’). Beunardeau foi adiando o terceiro golo, mas não conseguiu parar o cabeceamen­to fulminante do capitão sportingui­sta. Derley haveria de marcar, mas o golo não contou: fizera falta sobre Coates. *

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