Record (Portugal)

O dia 15 de abril de 1989 fica marcado na história do futebol como um dos capítulos mais negros de sempre. 96 mortos e 766 feridos são os números cruéis de uma tarde que devia ter sido de festa na Taça de Inglaterra, no jogo entre Liverpool e Nottingham F

- JOÃO SEIXAS

Foi há 30 anos que o Mundo se uniu em silêncio para ver as trágicas imagens que chegavam de Inglaterra. No dia 15 de abril de 1989, durante o duelo entre Liverpool e Nottingham Forest, nas meias-finais da Taça de Inglaterra, uma falha nos procedimen­tos de segurança fez com que perto de três mil adeptos da formação de Anfield fossem canalizado­s para um sector do estádio com capacidade para apenas 1.600 pessoas. E o inevitável aconteceu, à vista de todos aqueles que assistiam incrédulos e impotentes a uma das maiores desgraças de sempre no fenómeno desportivo à escala global. O pânico instalou-se no histórico recinto de Sheffield, que se encontrava esgotado com um total de 50 mil adeptos, e o desespero de quem se viu envolto numa massa humana de milhares de pessoas levou à tragédia. Apesar de os muitos esforços das forças de emergência e autoridade­s policiais presentes no local, o mal estava feito e a morte tinha surgido, de forma traiçoeira, para destruir um dia que devia ter sido inteiramen­te dedicado à grande festa do desporto-rei. E apenas quatro anos após a tragédia de Heysel Park, em Bruxelas, que vitimou 39 pessoas na final da Taça dos Campeões Europeus, entre Liverpool e Juventus, levando a promessas por parte de todos os protagonis­tas do futebol de que algo semelhante nunca voltaria a acontecer. Mas aconteceu...

Nos dias consequent­es à tragédia de Hillsborou­gh os piores cenários equacionad­os acabaram mesmo por se confirmar – 96 mortos e 766 feridos, 162 deles a necessitar de assistênci­a hospitalar prolongada. E uma mancha eterna no futebol inglês que perdura até hoje. Trinta anos volvidos e a tragédia continua bem presente, especialme­nte porque ainda não há culpados. O dedo já foi apontado ao governo de Margaret Tatcher, ao chefe da polícia responsáve­l pelo jogo e até aos malogrados adeptos do Liverpool, mas ninguém foi formalment­e responsabi­lizado pelos tribunais. Mas o povo inglês, que há três décadas lamenta este dia infame, não verga e mantém a garantia feita às famílias logo após a tragédia: “Nunca serão esquecidos.”

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