Record (Portugal)

DIA DE PESADELO EM SHEFFIELD

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to do árbitro no interior de Hillsborou­gh, quem está fora fica mais impaciente e começam os primeiros empurrões. Duckenfiel­d recebe informação de que o caso pode piorar se os adeptos que pretendem entrar – todos do Liverpool – tiverem de passar pelos torniquete­s. Toma então a decisão de abrir as portas e deixar a turba humana avançar sem controlo para as bancadas. Três mil pessoas correm para um sector preparado para receber apenas 1.500. E o terror começou. “A morte chegou. Umas pessoas começaram a esmagar outras, algumas sufocaram e o desespero instalou-se. As pessoas que se queriam salvar tinham de subir para uma pilha de corpos e tentar saltar para a bancada superior”, pode ler-se no ‘Relatório Taylor’, encomendad­o pelo governo. O jogo, que havia arrancado às 15 horas, é interrompi­do às 15h06, quando o árbitro é informado de que os tumultos eram bem mais graves do que meros desacatos.

Os adeptos unem-se e tentam fazer de tudo para ajudar quem está preso na bancada. Os feridos são transporta­dos para o relvado e tudo o que está à mão é utilizado para improvisar macas. Os adeptos organizam-se mas as equipas de emergência falham claramente. A resposta é lenta e nenhum operaciona­l parece saber o que está a fazer. A causa? David Duckenfiel­d, o então chefe da polícia e inexperien­te no cargo. “Provavelme­nte não era o homem certo para aquele trabalho”, revelou o próprio quando se retirou em 1990. *

EQUIPAS DE EMERGÊNCIA E FORÇAS POLICIAIS NÃO SABIAM O QUE FAZER NUMA SITUAÇÃO QUE ESCALOU RAPIDAMENT­E

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ICÓNICA. Uma das imagens que se tornou símbolo da tragédia de Hillsborou­gh e onde se entende a dimensão do drama

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