APOSTA ELÉTRICA VAI CORRER O MUNDO
A Fórmula E já vai na 5.ª época mas vem aí uma competição ainda mais arrojada só para SUV
O panorama automóvel tem sido marcado nos últimos tempos pela procura crescente de alternativas aos combustíveis fósseis para fazer face aos problemas de poluição. As motorizações elétricas começam a conquistar espaço no mercado - isso já é também notório em Portugal – e o desporto não escapa a esta onda. A própria FIA tem apostado nessa área, apoiando a Fórmula E, que está já na sua 5ª temporada - o português António Félix da Costa é um dos pilotos em evidência na competição, ocupando o 2º lugar do campeonato depois de, ontem, ter sido 9º no Grande Prémio de Roma. Mas o futuro vai trazer novidades importantes. Aproveitando o sucesso da Fórmula E, da qual é o fundador, o espanhol Alejandro Agag lançou recentemente as bases para a Extre
ALEJANDRO AGAG E GIL DE FERRAN LIDERAM PROJETO QUE DÁ OS PRIMEIROS PASSOS PARA SER REALIDADE EM 2021
me E, cuja primeira corrida está prevista para o início de 2021. Até lá há ainda um longo processo de preparação, mas o conceito é inovador: colocar SUV 4x4 totalmente elétricos frente a frente, num percurso todo-o-terreno, em cinco locais do planeta onde a presença humana menos se faz sentir mas cada vez mais ameaçados. A floresta virgem da Amazónia, o gelo do Árctico, as montanhas dos Himalaias, o deserto do Saara e as ilhas do Oceano Índico são os sítios já escolhidos. “Com a Fórmula E conseguimos demonstrar que os carros elétricos também podem ser performantes e divertidos. Com a Extreme E, as marcas demonstrarão que tudo isto funciona perfeitamente mesmo nos ambientes mais hostis e diversos”, defendeu Alejandro Agag. O brasileiro Gil de Ferran, antigo piloto de Fórmula 1 e ex-responsável da equipa McLaren, dá agora a cara pela nova competição. “Este é um conceito único de desporto, aventura e entretenimento que nunca foi feito antes”, frisou, sublinhando a vertente ecológica, pois a Extreme E aposta na “consciência ambiental e proteção dos locais remotos” onde as corridas terão lugar.
O objetivo é ter 12 equipas – divididas em dois grupos para duelos de eliminação direta, seguindo-se quartos-de-final, meias-finais e final – e o envolvimento das grandes marcas automóveis, embora tanto o chassis como as baterias sejam idênticas para todos. Mas os motores, que poderão chegar aos 500 kw (680 cv), as caixas de velocidades e a carroçaria ficarão ao critério dos construtores envolvidos. Outra das novidades é o facto de o ‘paddock’ ficar instalado num barco, o St. Helena, que transportará os carros para os locais. *