Record (Portugal)

HÁ UM TRAUMA QUE SE MANTÉM

Rio Ave quebra a mala pata caseira e acentua a cri sedo Vitória a jogar fora. Tudo com grande naturalida­de

- CRÓNICA DE JOSÉ MIGUEL MACHADO

O Rio Ave não ganhava em casa. O Vitória não ganhava fora. Portanto, ontem, a não ser que houvesse empate, um destes traumas iria ser ultrapassa­do. E assim foi, com a felicidade a sorrir à turma da casa, que venceu perante o seu público para o campeonato ao fim de 169 dias de jejum. E, para alegria de uns, tristeza de outros: os minhotos continuam a navegar em ondas instáveis e voltaram a responder a uma goleada caseira com uma pálida exibição longe do conforto do lar.

A irregulari­dade a nível de resultados das duas equipas ficou patente no início da partida, onde nenhuma delas conseguiu chamar a si a responsabi­lidade de dominar. A tranquilid­ade reinava junto das balizas e a maior posse de bola do Rio Ave não era sinónimo de maior iniciativa. Até porque era o Vitória que mais procurava chegar ao golo, sempre através de remates de longe que Léo Jardim ia resolvendo com maior ou menor dificuldad­e.

Com tudo tão embrulhado, foi necessário um lance bem ‘fora da caixa’ para o marcador ser inaugurado. Numa jogada que começou com duas bolas em campo, Pedro Henrique cometeu um erro pouco habitual em si e puxou Gelson Dala quando este nem se encontrava em posição especialme­nte privilegia­da. Penálti claro e prontament­e convertido por Filipe Augusto. Um golo que espevitou os vila-condenses e abalou os vitorianos, como se comprova com o facto de o 2-0 ter estado perto de acontecer poucos minutos depois, com Nuno Santos a testar os reflexos de Miguel Silva num remate em arco de fora da área. Até ao intervalo nada de relevante se passou, mas a 2ª metade começou praticamen­te com o segundo golo do Rio Ave. Desta vez foi Osorio quem falhou ao deixar a bola nos pés de Diego Lopes, que só teve de tocar para o lado para Nuno Santos finalizar. Certamente um golo especial para o extremo, que regressou recentemen­te à competição após um longo calvário devido a lesão.

Reação tardia

Se o primeiro golo do jogo tinha feito mal ao Vitória, o segundo foi um verdadeiro murro no estômago, que deixou a equipa de Luís

PEDRO HENRIQUE E OSORIO ‘OFERECERAM’ DOIS GOLOS E NÃO HOUVE INSPIRAÇÃO OFENSIVA PARA RESPONDER

Castro muito perto do KO. O técnico ainda tentou mexer a partir do banco, mas o fantasma dos jogos fora já tinha entrado na cabeça dos jogadores. Apesar de aqui e ali se terem visto algumas aproximaçõ­es perigosas, o jogo estava sob controlo do Rio Ave e só mesmo uma infantilid­ade de Galeno trouxe emoção à reta final. Tozé reduziu, mas o dano estava feito e o trauma forasteiro mantém-se.

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FESTA. Vila-condenses celebram o regresso às vitórias e aos golos de Nuno Santos

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