Record (Portugal)

Esperteza legalizada

- Vítor Pinto Chefe de redação

Desta vez foi Petit quem aproveitou as omissões regulament­ares, arranjando forma de limpar o registo disciplina­r de Edgar Costa e Joel, poupando-os da canseira da deslocação à Luz e garantindo a sua disponibil­idade para outros duelos, talvez atribuindo-lhes maior probabilid­ade de conquista de pontos. Todavia, os casos similares já são clássicos e, há um ano, foi Ivo Vieira, pelo Estoril, quem tomou a mesma decisão em relação a Kléber antes de defrontar o FC Porto. Trata-se de uma chico-espertice legalizada pela falta de punição rápida e eficiente, e não ao fim de intermináv­eis meses e de uma pilha de recursos e expediente­s jurídicos. A UEFA já deu o exemplo e, só para mencionar os exemplos mais re

SERGIO RAMOS OU CORONA SENTIRAM A MÃO PESADA DA UEFA POR TEREM FORÇADO CARTÕES AMARELOS

centes, nomes ilustres como Sergio Ramos, Carvajal, Kondogbia ou até o portista Corona, foram punidos com um jogo extra de suspensão por terem forçado cartões amarelos. O mexicano ficou de fora em Roma por causa disso. O Marítimo não tem de ser anjinho nem sentir as dores de quem está na luta pela liderança. O seu objetivo é a permanênci­a e tenta esgrimir todas as armas que são permitidas. Quem não gosta tem sempre o remédio de propor uma alteração regulament­ar em sede de assembleia geral da Liga. Todavia, se em 2019 ainda não existe uma punição dissuasora deste tipo de comportame­ntos, para além de ter sido anulado o cumpriment­o de castigos em competiçõe­s diferentes, percebe-se que os clubes se sentem confortáve­is com estas escapatóri­as que às vezes dão jeito, apregoando a verdade desportiva como um valor intocável apenas quando lhes é convenient­e.

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