Esperteza legalizada
Desta vez foi Petit quem aproveitou as omissões regulamentares, arranjando forma de limpar o registo disciplinar de Edgar Costa e Joel, poupando-os da canseira da deslocação à Luz e garantindo a sua disponibilidade para outros duelos, talvez atribuindo-lhes maior probabilidade de conquista de pontos. Todavia, os casos similares já são clássicos e, há um ano, foi Ivo Vieira, pelo Estoril, quem tomou a mesma decisão em relação a Kléber antes de defrontar o FC Porto. Trata-se de uma chico-espertice legalizada pela falta de punição rápida e eficiente, e não ao fim de intermináveis meses e de uma pilha de recursos e expedientes jurídicos. A UEFA já deu o exemplo e, só para mencionar os exemplos mais re
SERGIO RAMOS OU CORONA SENTIRAM A MÃO PESADA DA UEFA POR TEREM FORÇADO CARTÕES AMARELOS
centes, nomes ilustres como Sergio Ramos, Carvajal, Kondogbia ou até o portista Corona, foram punidos com um jogo extra de suspensão por terem forçado cartões amarelos. O mexicano ficou de fora em Roma por causa disso. O Marítimo não tem de ser anjinho nem sentir as dores de quem está na luta pela liderança. O seu objetivo é a permanência e tenta esgrimir todas as armas que são permitidas. Quem não gosta tem sempre o remédio de propor uma alteração regulamentar em sede de assembleia geral da Liga. Todavia, se em 2019 ainda não existe uma punição dissuasora deste tipo de comportamentos, para além de ter sido anulado o cumprimento de castigos em competições diferentes, percebe-se que os clubes se sentem confortáveis com estas escapatórias que às vezes dão jeito, apregoando a verdade desportiva como um valor intocável apenas quando lhes é conveniente.