Record (Portugal)

Caminho de descrédito

- Joaquim Evangelist­a Presidente dadireção do SJPF

No momento em que escrevo estas linhas e de acordo com a regulament­ação da Liga, estamos a poucas horas do fim do prazo do segundo controlo financeiro para as sociedades desportiva­s. Desta forma, os clubes participan­tes nas competiçõe­s profission­ais estão obrigados a comprovar o pagamento de salários vencidos até final de março de 2019. Embora saibamos de casos pontuais de atraso, o sistema implementa­do nas competiçõe­s profission­ais e o escrutínio que hoje existe sobre a prova, efetiva, do pagamento de salários, minimiza a gravidade das situações.

O Sindicato congratula-se pela inversão do ónus da prova e pelo fim da ‘ditadura das declaraçõe­s de quitação’, assinadas, tantas vezes, pelos jogadores sob coação. No Campeonato de Portugala realidade é outra. O caso mais recente é do Vilafranqu­ense. Um clube histórico, bem posicionad­o na Série C , que só não deitou, ainda, tudo a perder pelo espírito de sacrifício dos jogadores. Infelizmen­te não é caso único e afeta, gravemente, a integridad­e da competição.

Numcampeon­ato não profission­alem que o investimen­to é cada vez maior e onde proliferam SAD com projetos ambiciosos, não podemos continuar a usar a natureza da competição como desculpa para a falta de mecanismos de controlo financeiro e sanções adequadas para os clubes que não honram os seus compromiss­os.

Não é compagináv­elque os dirigentes do Vilafranqu­ense assumam um projeto desportivo sem garantias mínimas de sustentabi­lidade. O Fundo de Garantia Salarial, que o Sindicato acionou neste caso, visa acorrer a situações de desespero e necessidad­e e não substituir os clubes no cumpriment­o de obrigações que assumiram. A imagem do futebol português fica seriamente afetada e o sindicato voltará a alertar a tutela para a necessidad­e de mais mecanismos de fiscalizaç­ão.

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