Record (Portugal)

“É O JOGO DAS NOSSAS VIDAS” G ONÇALO P AC I Ê N C I A

Português promete um Eintracht Frankfurt confiante na reviravolt­a e um ambiente intimidant­e para o Benfica na Alemanha. O avançado fala ainda da experiênci­a na Bundesliga, dos golos de cabeça e de como lidou com as lesões

- ENVIADOS ‹ DAVID NOVO E PEDRO FERREIRA› FRANKFURT. ALEMANHA

que tem o Eintracht Frankfurt de fazer diferente para dar a volta à eliminatór­ia com o Benfica? GONÇALO PACIÊNCIA – O resultado da 1ª mão é um pouco enganador. Até tivemos oportunida­des com menos um jogador. Acredito que podemos superioriz­ar-nos a este Benfica, sabendo que o adversário tem uma equipa muito forte. Apesar das duas derrotas seguidas que sofremos, ainda temos muito para dar na Liga Europa. Precisamos de corrigir os erros, e se jogarmos de 11 para 11 será um encontro totalmente diferente. O estádio vai estar a arder porque os nossos adeptos criam um ambiente fantástico em jogos de Liga Europa. O Benfica tem muita qualidade, mas vai sentir muitas dificuldad­es aqui. Como está o Eintracht Frankfurt a preparar este jogo?

GP - Vamos preparar o jogo com todas as nossas forças. É o jogo das nossas vidas porque é o próximo. É assim que o vamos encarar.

No final do jogo no Estádio da Luz revelou que os seus colegas lhe perguntara­m sobre João Félix. Afinal, o que lhe perguntara­m e, já agora, o que lhes disse? GP – O campeonato português não é muito visto na Alemanha e nem todos têm a noção. Apenas me perguntara­m como era o João Félix como jogador e eu respondi que é um grande jogador, que está a aparecer agora. Nada de mais.

Cumpre a primeira época na Bundesliga. Que especifici­dade tem este campeonato para um avançado? GP - É um campeonato diferente do que estava habituado. É mais dinâmico e físico e com muito mais competitiv­idade. A qualidade é elevada e, como se viu, perdemos com o Augsburgo, uma equipa que está a lutar pela permanênci­a. Encontramo­s defesas mais duros e fortes, mas não tão rápidos ao mesmo tempo. Obriga o avançado a estar mais preparado para o duelo.

O ambiente nos estádios impression­a. De que forma tem impacto nos jogadores? GP - Sem dúvida, é um ambiente fantástico. Aqui nunca joguei para menos de 25/30 mil pessoas. É muito diferente de Portugal e motiva-nos por sabermos que o estádio vai estar cheio. Nota-se a diferença quando entramos em campo. Jogar com mil pessoas ou com 50 mil é totalmente diferente.

No Olympiacos teve um problema de saúde, na Alemanha sofreu uma lesão e esteve vários meses de fora . Quão difícil é enfrentar problemas destes mas longe de casa, da família e de quem o apoia? GP - Foi complicado porque tratou-se de uma mudança muito grande na minha vida. Tinha contrato com o FC Porto por mais um ano, estava na minha cidade junto da minha família e das pessoas com quem cresci e, de repente, mudei para um clube novo e uma cidade diferente. Aconteceu mais uma lesão e isso claro que influencio­u. Mas sou uma pessoa muito positiva e tento sempre ver o lado otimista, tento aceitar e respeitar o momento e dar atenção a outras coisas que não se pode dar enquanto se está em competição. Como se trabalha a parte psi

cológica enquanto se recupera fisicament­e? GP – É preciso ser-se muito forte. As lesões são como uma facada para nós, porque tiram-nos o que gostamos: o treino e o jogo. Acabo sempre por trabalhar a parte psicológic­a, porque já tive algumas lesões e também porque tenho uma estrutura familiar que me faz ser forte. E sempre que jogo ou faço um golo, tudo isso está na minha mente e fortalecem­e porque sei o que passei.

“O RESULTADO DA 1ª MÃO É UM POUCO ENGANADOR. ATÉ TIVEMOS OPORTUNIDA­DES COM MENOS UM JOGADOR”

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