Record (Portugal)

INSULTOS RACISTAS VALEM CASTIGO JÁ

- PEDRO GONÇALO PINTO

Catarina Lopes e Maria Malta ficam suspensas preventiva­mente durante 30 dias

Na maior parte das vezes, os castigos só são aplicados depois de um longo processo, mas há exceções e uma delas está a acontecer com um caso que envolve insultos racistas. Tudo aconteceu no duelo da Liga BPI, escalão principal de futebol feminino em Portugal, entre A-dos-Francos e Boavista, com Catarina Lopes e Maria Malta a serem acusadas de insultos racistas dirigidos a Milena Bispo, jogadora brasileira das axadrezada­s – diga-se que o Boavista venceu por 3-2. Milena denunciou os insultos – as duas jogadoras terão afirmado

RELATÓRIO DA ÁRBITRA CONFIRMA PALAVRAS DIRIGIDAS A MILENA BISPO, JOGADORA QUE REPRESENTA O BOAVISTA

“preta do c...” em momentos diferentes do jogo –, sendo que o nosso jornal apurou que o relatório da árbitra Cátia Duarte confirma a existência e natureza dos insultos. Perante estes factos, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol instaurou um processo disciplina­r e ainda aplicou uma suspensão preventiva não automática de pelo menos 30 dias a Maria Malta e Catarina Lopes, que foram expulsas aos 45’ e 89’, respetivam­ente. Quer isso dizer que, enquanto o processo estiver a decorrer, as atletas ficam impedidas de representa­r o A-dos-Francos, algo que se justifica pelo facto de se tratar de uma questão ética.

Além da natureza dos insultos, o caso ganhou outra notoriedad­e até mesmo nas redes sociais devido ao facto de Catarina Lopes também ser treinadora... mas da equipa sénior masculina do Beneditens­e, que alinha na Divisão de Honra da AF Leiria. A jogadora-treinadora tornouse a primeira mulher a assumir as funções na respetiva Associação, mas agora encontra-se envolvida nesta polémica. *

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EM CAUSA. Catarina Lopes também orienta o Beneditens­e

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