“Em Itália estive perto de desistir”
Capitão fala do seu lado mais humano e recorda os tempos muito difíceis que viveu em Novara
A luta do pequeno Simba por aquilo que era seu por direito próprio, no filme da Disney ‘O Rei Leão’, tem inspirado Bruno Fernandes na caminhada até ao topo do futebol nacional. Foi o próprio quem o confessou, na entrevista a Paulo Battista, no programa ‘Você na TV’, da TVI. “O filme da minha vida e um dos que mais gosto é ‘O Rei Leão’. Estou ansioso porque sei que vai haver uma sequela”, sublinhou o médio leonino, antes de resumir a história: “Retrata um filho que tem de fazer pela vida. Praticamente sozinho, tem de conquistar o que é seu por direito - o trono de rei da selva. A história do futebol é um bocadinho assim, sozinho tenho de conquistar o máximo que conseguir, é essa história que me entusiasma.” Entusiasmo que lhe faltou, no primeiro ano em Itália, quando a solidão de Novara quase o fez desistir de conquistar o máximo. “A primeira aventura foi em Novara, onde eu estive sozinho, um ano. A Ana [mulher] ia visitarme, os meus pais iam visitar-me, mas os primeiros tempos foram muito difíceis. O apoio dela e da minha família foi muito importante, porque em Itália estive perto de desistir”, assumiu Bruno Fernandes, explicando melhor o desânimo que então sentiu: “Ir para um país novo, sozinho, não perceber a língua e estar enfiado numa academia, praticamente todos os dias, não ter a possibilidade de sair, de conviver, foi muito difícil.”
‘O REI LEÃO’ É O FILME DA VIDA E FONTE DE INSPIRAÇÃO DO MÉDIO; A FILHA, MATILDE, ‘COBROU-LHE’ UM GOLO AO BENFICA
No segundo ano em Itália, na Udinese, já com a mulher ao seu lado, tudo de compôs e o rei leão, perdão, Bruno Fernandes encetou o caminho do sucesso. De tal forma que hoje é incapaz de imaginar o que seria... se não fosse jogador de futebol. “A escola para mim, infelizmente, nunca foi uma prioridade, a minha prioridade sempre foi a bola. Desde miúdo que a minha mãe me diz que os estudos me passaram sempre ao lado”, confessou, ao recordar o episódio dos dois golos que a filha Matilde lhe pediu, antes do jogo com o Benfica da segunda mão da meia-final da Taça de Portugal: “Nesse jogo, ela disse ‘dois, dois golos’ e eu respondi-lhe ‘o pai vai marcar dois golos’. Depois, no parque de estacionamento, perguntei-lhe se tinha visto o golo do pai e ela disse ‘foi um, eram dois’. Achei engraçado o facto de ela se lembrar”, admite Bruno. *