Record (Portugal)

Amor de perdição

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çNão podia estar mais de acordo com Vítor Oliveira quando, na última ‘Grande Área’ da RTP 3, considerou que esta edição da 2.ª Liga foi uma das mais fracas de sempre. A subida do Famalicão, a três jornadas do fim da prova, atesta-o, até porque a qualidade do plantel é inferior à de Estoril – a grande desilusão da temporada, após um arranque tremendame­nte promissor – e de Académica, que pagou excessivam­ente caro o mau arranque de exercício. O futebol praticado pelos famalicens­es roçou muitas vezes o soporífero, valendo-se de um processo defensivo musculado e da tremenda contundênc­ia e objetivida­de na chegada a zonas de finalizaçã­o. Feliz Vaz, o jogador com mais qualidade individual e capaz de oferecer mais critério na ligação entre criação e definição, foi o principal protagonis­ta da subida, secundado por Raphael Guzzo e Fabinho, nem sempre opções prioritári­as. Depois, juntou-se a tremenda capacidade finalizado­ra do veterano Fabrício, um trota-mundos contratado aos cipriotas do Alki Oroklini, e do extremo Walterson, especialis­ta em disparos cruzados com o pé direito na sequência de diagonais da esquerda para o meio. Mas a força maior do Famalicão passou pelo acasalamen­to entre uma massa adepta fervorosam­ente apaixonada, que ofereceu um apoio incondicio­nal até nos momentos mais árduos, e a competênci­a de uma estrutura que tem em Miguel Ribeiro, ponta-de-lança silencioso da europeizaç­ão do Rio Ave, o principal rosto. A decisão mais dura, mas que acabou por se revelar crucial, aconteceu no momento em que a mais do que evidente crise de rendimento teve prolongame­nto numa pungente crise de resultados, bem patente em apenas sete pontos conquistad­os entre as jornadas 20 e 26. Sérgio Vieira cedeu o seu lugar a Carlos Pinto, treinador que estabilizo­u a equipa numa organizaçã­o estrutural em 4x4x2, somando cinco triunfos em cinco partidas.

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