SEMENYA DERROTADA
TAS nega apelo da atleta para diminuir níveis de testosterona nas mulheres
Havia grande expectativa mas a atleta sul-africana Caster Semenya viu ontem negado pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) o seu recurso contra as regras criadas pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), para diminuir os altos níveis de testosterona em algumas mulheres. Num julgamento histórico, a comissão de três juízes do TAS votou 2-1 e proferiu um veredicto complexo em que admitiu que as regras propostas pela IAAF para atletas com “diferenças de desenvolvimento sexual (DSD)”, como é o caso de Caster Semenya, “são discriminatórias”, mas “devem ser aplicadas”. Os juízes rejeitaram os dois pedidos de arbitragem de Semenya e decidiram que, “com base nas provas apresentadas pelas partes, tal discriminação é um meio necessário, razoável e proporcional para atingir o objetivo da IAAF de preservar a integridade das competições desportivas”.
A especialista em provas do meio-fundo e bicampeã olímpica nos 800 metros, de 28 anos, terá de limitar os seus níveis de testosterona, provocados por hiperandrogenismo, recorrendo a medicamentos, se quiser defender o seu título mundial em setembro, em Doha, no Qatar.
Sugestão à IAAF
Ainda assim, o painel do TAS “encorajou fortemente” a IAAF a repensar e a ajustar a aplicação das regras, fazendo notar que “com a sua implementação e com a experiência, alguns fatores possam afetar a proporcionalidade geral dos regulamentos de DSD”. Mais um caso que promete dar que falar no desporto.*