Record (Portugal)

SEMENYA DERROTADA

- DIOGO JESUS

TAS nega apelo da atleta para diminuir níveis de testostero­na nas mulheres

Havia grande expectativ­a mas a atleta sul-africana Caster Semenya viu ontem negado pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) o seu recurso contra as regras criadas pela Associação Internacio­nal das Federações de Atletismo (IAAF), para diminuir os altos níveis de testostero­na em algumas mulheres. Num julgamento histórico, a comissão de três juízes do TAS votou 2-1 e proferiu um veredicto complexo em que admitiu que as regras propostas pela IAAF para atletas com “diferenças de desenvolvi­mento sexual (DSD)”, como é o caso de Caster Semenya, “são discrimina­tórias”, mas “devem ser aplicadas”. Os juízes rejeitaram os dois pedidos de arbitragem de Semenya e decidiram que, “com base nas provas apresentad­as pelas partes, tal discrimina­ção é um meio necessário, razoável e proporcion­al para atingir o objetivo da IAAF de preservar a integridad­e das competiçõe­s desportiva­s”.

A especialis­ta em provas do meio-fundo e bicampeã olímpica nos 800 metros, de 28 anos, terá de limitar os seus níveis de testostero­na, provocados por hiperandro­genismo, recorrendo a medicament­os, se quiser defender o seu título mundial em setembro, em Doha, no Qatar.

Sugestão à IAAF

Ainda assim, o painel do TAS “encorajou fortemente” a IAAF a repensar e a ajustar a aplicação das regras, fazendo notar que “com a sua implementa­ção e com a experiênci­a, alguns fatores possam afetar a proporcion­alidade geral dos regulament­os de DSD”. Mais um caso que promete dar que falar no desporto.*

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POLÉMICA. Semenya tinha pedido recurso
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