Record (Portugal)

“DOMÍNIO BRITÂNICO VAI CONTINUAR POR VÁRIOS ANOS”

O primeiro inglês a vencer o Tour antevê um futuro risonho para o ciclismo do seu país e, para este Giro, tem confiança total num compatriot­a: Simon Yates

- PEDRO FILIPE PINTO

Desde o início foi a cara da Sky. Sentia-se mesmo obrigado a ganhar o Tour’2012?

BRADLEY WIGGINS – Era o terceiro ano do projeto e era muito importante ganhar, sim, mas nunca me senti obrigado a nada durante toda a minha carreira. Sentia-me preparado e sabia que tinha a equipa à minha volta. Consegui chegar de amarelo a Paris e foi uma das grandes sensações que já vivi. Lancei o Cav [Mark Cavendish] e ainda tive tempo para saborear o momento. Foi fantástico. + Sentiu-se, em algum momento, atacado por Chris Froome?

BW – Nunca fui atacado por um companheir­o de equipa, mas não vamos falar sobre isso.

+ Tem um palmarés riquíssimo, com um Tour, ouro olímpico, camisolas de campeão do Mundo… mas nunca ganhou o Paris-Roubaix. Trocaria algum troféu por aquele ‘pedregulho’? BW – Sem dúvida! O Paris-Roubaix sempre foi a corrida que sonhei ganhar, aquela que via desde pequeno e admirava os grandes desta modalidade a vencer. É das provas mais duras de fazer, mas é aquela que todos gostariam de ganhar. Tentei muito, mas não consegui. É um sonho que não consegui concretiza­r. + Então o que trocaria?

BW – Uma ou duas medalhas olímpicas [risos]...

+ Começou como um contrarrel­ogista, muito devido à pista, depois tornou-se umgrande voltista e, por fim, focou-se mais nas clássicas do ‘pavé’. O que o motivou ao longo da carreira? BW – Ser sempre melhor. Não em relação aos outros, mas em relação a mim. Superar-me a cada dia. Nunca deixei de ser forte no contrarrel­ógio, mas fui trabalhand­o para objetivos distintos ao longo de toda a carreira, uns com mais sucesso do que outros, mas sempre de consciênci­a tranquila. + Se tivesse de escolher um momento, qual seria?

BW – Londres’2012, por tudo o que significou. Tinha acabado de me tornar o primeiro britânico a vencer o Tour e consegui ser campeão olímpico de contrarrel­ógio. Mas aquele momento em que me recebem no Estádio de Wembley... não há palavras para descrever. + O Giro está mesmo a começar, quem é o seu favorito?

BW – Não vejo ninguém com mais capacidade do que o Simon Yates. Está com muita vontade de ganhar! Já retificou os erros do ano passado e mostrou-o na Vuelta que ganhou. Melhorou o seu contrarrel­ógio e tem estado em muito boa forma, como mostrou na Catalunha e no Paris-Nice... É o ano dele. + Com isto está a dizer-nos que antevê umfuturo ainda mais risonho para o ciclismo britânico? BW – Porque não? O Chris Froome continua a ser o grande favorito para a Volta a França e o Geraint Thomas provou que quando está em forma pode ganhar a toda a gente. Temos ainda os irmãos Simon e Adam Yates, que vão ganhar muitas corridas ao longo das suas carreiras. O domínio britânico vai continuar por vários anos. + Agora algumas perguntas de resposta rápida: Estrada ou pista?

BW – Estrada.

+ Camisola amarela ou arco-íris? BW – Amarela.

+ Camisola amarela ou ouro olímpico? BW – Ouro olímpico. *

“O PARIS-ROUBAIX SEMPRE FOI A CORRIDA QUE SONHEI GANHAR. TENTEI MUITO, MAS NÃO O CONSEGUI CONCRETIZA­R”

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal