João Félix e o futuro
Seleção Nacional sub-20, assente no incrível talento da geração de 1999, é vista como uma das mais fortes candidatas à conquista do Mundial que se inicia este mês na Polónia. Dizem-no os títulos europeus de sub-17 e sub-19 conquistados por esta base de jogadores, mas também as casas de apostas, para quem Portugal apenas surge atrás de França e Argentina. Da lista divulgada por Hélio Sousa salta à vista a ausência de João Félix, possivelmente o melhor futebolista português nascido nesse ano, o que levanta um debate interessante: seria melhor dar-lhe oportunidade de jogar um Mundial sub-20 ou puxá-lo já para a Seleção A, que terá dois jogos na Liga das Nações?
Há argumentos válidos de ambos os lados e é difícil ter certezas. Mas é importante não nos esquecermos que as competições sub-20 não são, nem nunca podem ser, o objetivo final para nenhuma seleção. Muita gente aponta as conquistas de 1989 e 1991 como o ponto de viragem no futebol português, mas a verdade é que a verdadeira revolução surgiu depois (talvez como consequência), quando grande parte daqueles campeões sub-20 se tornaram futebolistas de referência como seniores. Para Félix, e para a Seleção A, talvez o melhor mesmo seja colocá-lo de imediato no nível em que já está, preparando-o para ser uma das bandeiras do futebol português na próxima década e meia. Porque o futuro começa agora.