Bruno e Haris
Afinal, ainda há esperança. Por momentos, mesmo que por breves momentos, podemos trocar a conversa das malas, dos jogos para perder ou ganhar, das suspeitas de corrupção e de todo o lixo que sai dos clubes e chega a muitos adeptos (os quais espalham o seu ódio em cada recanto das redes sociais) pelas histórias dos protagonistas. Por aqueles que, verdadeiramente, interessam nesta indústria e que vendem o futebol: os jogadores. Os artistas. Os que raramente têm oportunidade de falar.
Ver a interação televisiva entre Bruno Fernandes e Haris Seferovic não só é refrescante como deveria ser natural. Nesse aspeto, há que dar os parabéns ao programa ‘Vamos a Jogo’, da SIC, por este lado positivo com que aborda o futebol português, e a Sporting e Benfica por terem permitido que os dois jogadores pudessem ter esta
TALVEZ ALGO ESTEJA A MUDAR. DEIXEM FALAR JOGADORES E TÉCNICOS. E CALEM-SE OS OUTROS
participação com a época a decorrer e ainda títulos em jogo para as duas equipas. Qual é o mal? Nenhum? Porque não acontece mais vezes? Talvez deixe de ser assim. Talvez algo esteja a mudar e os clubes comecem a perceber que o atual registo – de constante ‘guerra’ – não sirva a ninguém.
Bruno e Haris foram colegas de equipa no Novara. Recordaram esse momento num tom bem-disposto. Momentos como este são habituais por outros lados. Basta ver o que acontece em Espanha, Inglaterra ou Alemanha. Por cá também pode ser feito. Assim haja vontade dos órgãos de comunicação e, especialmente, dos clubes. Sempre é melhor (bem melhor) do que o habitual escárnio e maldizer. Deixem falar jogadores e treinadores. E calem-se os restantes.