FALTA 1PONTO
Encarnados ficaram a um ponto do título, após vitória muito suada em Vila do Conde, num jogo tenso, intenso e recheado de polémica
O Benfica sobreviveu a Vila do Conde, o local onde o rival FC Porto tinha fraquejado, e tem a mão no título nacional. As águias precisam de apenas um empate com o Santa Clara para festejarem o 37º campeonato da sua história, depois de ontem terem derrotado o Rio Ave, numa partida sempre ligada à corrente e que se promete prolongar durante o resto da semana, devido a duas decisões polémicas da equipa de arbitragem no lance que haveria de dar o segundo golo aos encarnados, mesmo a acabar a primeira parte. O Benfica entrou em campo embalado pela euforia de milhares de adeptos, que pintaram os acessos ao Estádio dos Arcos, bem como as bancadas, de um vermelho muito forte. Nessa altura, a equipa encarnada já sabia que nunca iria vencer o título nesta jornada, pois o FC Porto goleara na Madeira e continuava na luta; mas sabia que se arriscava a ‘perdê-lo’. Ao contrário do que havia sucedido nas duas últimas jornadas, desta vez a equipa de Bruno Lage não entrou a tremer, nem congelada pela pressão; já agora, nem podia, pois beneficiou de uma oferta da defesa do Rio Ave para se colocar em vantagem logo aos 3’, por Rafa.
A fórmula da jogada repetiu-se vezes sem conta nos primeiros minutos: transições rápidas e busca pelo espaço no flanco direito, onde André Almeida ia cruzando, sempre à procura de Seferovic e João Félix. Os centímetros e bom jogo aéreo de Borevkovic e Rúben Semedo aguentaram os vila-condenses bem dentro da discussão de uma partida recheada de duelos muito físicos, sobretudo a meio-campo, com os jogadores de ambos os lados de faca nos dentes.
Rio Ave cresce
O primeiro aviso do Rio Ave surgiu num livre de Nuno Santos, que Vlachodimos defendeu para canto. Logo a seguir, a bola entra mesmo na baliza encarnada, mas o lance foi bem invalidado por forade-jogo de Tarantini. Mas ficou dado o mote para o crescimento da equipa da casa, que a partir daí repartiu o jogo e mostrou claramente que não haveriam de ser favas contadas para o Benfica. Acabou por ser no melhor período da equipa da casa que os encarnados chegaram ao 2-0. Um lance com polémica de um lado ao outro do campo. Gabrielzinho fica a pedir falta de Florentino dentro da área dos encarnados; no contra-ataque, as águias marcam por João Félix, que estava adiantado. Festa do Benfica, revolta do Rio Ave, mas nem Hugo Miguel nem o
VAR Luís Godinho mudaram a decisão. O intervalo veio mesmo a tempo de toda a gente arrefecer as ideias.
O golo de Tarantini, a abrir a segunda parte, numa desatenção da linha defensiva do Benfica, fez muita gente recordar o filme vivido pelo FC Porto no mesmo local, há pouco mais de duas semanas. Mas, logo a seguir, novo erro defensivo da equipa da casa, e Grimaldo a assistir Pizzi para o 31. O Benfica matava a reação contrária mesmo antes de ela poder tornar-se numa ameaça e, a partir desta altura, ficou confortável no jogo como não tinha estado até então.
Daniel Ramos recorreu às armas que tinha disponíveis, colocando Galeno e Jambor e, mais tarde, Ronan. O brasileiro, que já tinha marcado o golo do empate diante do FC Porto, voltou a fazer das suas e reduziu aos 84’, deixando as almas benfiquistas em sobressalto, ao ponto de Vlachodimos ver um amarelo por queimar tempo. Bruno Lage, que apenas mexeu na equipa nos dez minutos finais, acabou por meter trancas à esquerda com Cervi e lançou Jonas para queimar mais alguns segundos. Mas só descansou verdadeiramente quando Hugo Miguel apitou pela última vez. *