Record (Portugal)

FALTA 1PONTO

Encarnados ficaram a um ponto do título, após vitória muito suada em Vila do Conde, num jogo tenso, intenso e recheado de polémica

- CRÓNICA DE SÉRGIO KRITHINAS

O Benfica sobreviveu a Vila do Conde, o local onde o rival FC Porto tinha fraquejado, e tem a mão no título nacional. As águias precisam de apenas um empate com o Santa Clara para festejarem o 37º campeonato da sua história, depois de ontem terem derrotado o Rio Ave, numa partida sempre ligada à corrente e que se promete prolongar durante o resto da semana, devido a duas decisões polémicas da equipa de arbitragem no lance que haveria de dar o segundo golo aos encarnados, mesmo a acabar a primeira parte. O Benfica entrou em campo embalado pela euforia de milhares de adeptos, que pintaram os acessos ao Estádio dos Arcos, bem como as bancadas, de um vermelho muito forte. Nessa altura, a equipa encarnada já sabia que nunca iria vencer o título nesta jornada, pois o FC Porto goleara na Madeira e continuava na luta; mas sabia que se arriscava a ‘perdê-lo’. Ao contrário do que havia sucedido nas duas últimas jornadas, desta vez a equipa de Bruno Lage não entrou a tremer, nem congelada pela pressão; já agora, nem podia, pois beneficiou de uma oferta da defesa do Rio Ave para se colocar em vantagem logo aos 3’, por Rafa.

A fórmula da jogada repetiu-se vezes sem conta nos primeiros minutos: transições rápidas e busca pelo espaço no flanco direito, onde André Almeida ia cruzando, sempre à procura de Seferovic e João Félix. Os centímetro­s e bom jogo aéreo de Borevkovic e Rúben Semedo aguentaram os vila-condenses bem dentro da discussão de uma partida recheada de duelos muito físicos, sobretudo a meio-campo, com os jogadores de ambos os lados de faca nos dentes.

Rio Ave cresce

O primeiro aviso do Rio Ave surgiu num livre de Nuno Santos, que Vlachodimo­s defendeu para canto. Logo a seguir, a bola entra mesmo na baliza encarnada, mas o lance foi bem invalidado por forade-jogo de Tarantini. Mas ficou dado o mote para o cresciment­o da equipa da casa, que a partir daí repartiu o jogo e mostrou claramente que não haveriam de ser favas contadas para o Benfica. Acabou por ser no melhor período da equipa da casa que os encarnados chegaram ao 2-0. Um lance com polémica de um lado ao outro do campo. Gabrielzin­ho fica a pedir falta de Florentino dentro da área dos encarnados; no contra-ataque, as águias marcam por João Félix, que estava adiantado. Festa do Benfica, revolta do Rio Ave, mas nem Hugo Miguel nem o

VAR Luís Godinho mudaram a decisão. O intervalo veio mesmo a tempo de toda a gente arrefecer as ideias.

O golo de Tarantini, a abrir a segunda parte, numa desatenção da linha defensiva do Benfica, fez muita gente recordar o filme vivido pelo FC Porto no mesmo local, há pouco mais de duas semanas. Mas, logo a seguir, novo erro defensivo da equipa da casa, e Grimaldo a assistir Pizzi para o 31. O Benfica matava a reação contrária mesmo antes de ela poder tornar-se numa ameaça e, a partir desta altura, ficou confortáve­l no jogo como não tinha estado até então.

Daniel Ramos recorreu às armas que tinha disponívei­s, colocando Galeno e Jambor e, mais tarde, Ronan. O brasileiro, que já tinha marcado o golo do empate diante do FC Porto, voltou a fazer das suas e reduziu aos 84’, deixando as almas benfiquist­as em sobressalt­o, ao ponto de Vlachodimo­s ver um amarelo por queimar tempo. Bruno Lage, que apenas mexeu na equipa nos dez minutos finais, acabou por meter trancas à esquerda com Cervi e lançou Jonas para queimar mais alguns segundos. Mas só descansou verdadeira­mente quando Hugo Miguel apitou pela última vez. *

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