Record (Portugal)

Morrer ao tentar mudar

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nervosismo à flor da relva também se traduziu na forma como as equipas abordaram o jogo. Cada disputa de bola como se fosse a última e um espetáculo de competitiv­idade, e jogo a cada palmo de terreno, que nos faz pensar se todos os jogos não poderiam ser assim. E não se pense que os carismátic­os treinadore­s puseram as fichas todas na componente anímica de uma partida de vida ou morte. Muita preparação e conhecimen­to da forma de jogar de par

SÉRGIO CONCEIÇÃO DELINEOU O ONZE EM TORNO DE ÓLIVER, DECLARANDO A SUA VONTADE DE CONTROLAR O JOGO

te a parte fizeram com que transmudas­sem o ADN do seu futebol, procurando o efeito tático da surpresa na estratégia com que abordaram o jogo.

ONacionald­eCostinha–recordista­dapermeabi­lidadedefe­nsivanesta­1.ªLiga– entrou em campo com uma defesa de três centrais mal disfarçada[ 1] na procura de contrabala­nçar o expectável dueto ofensivo do FC Porto e convidando o adversário a fazer subir mais unidades para o ataque. Contrastan­do com o processo ofensivo de construção apoiada que Costinha defendeu durante a maior parte da época, o Nacional abdicou do controlo do meio campo pela exploração rápida dos espaços nas costas dos laterais portistas com lançamento­s longos para a explosivid­ade de Camacho e Riascos [ 2], muito projetados nos flancos da dupla Filipe-Militão, mantendo ao mesmo tempo as suas linhas mais baixas do que é habitual. Assim tentaram evitar o poderio do meio campo adversário e criar situações de dois para dois com os centrais. Verdade seja dita, a estratégia quase pegava até momentos antes do golo de AlexTeles.

Sérgio Conceição, porseuturn­o, delineouum­onze emtorno de Óliver, declarando a sua vontade de controlar o jogo. Mas o jogo teve a sua história, e se na vontade e seriedade as duas equipas se equiparara­m, as diferenças surgiram pelas assimetria­s de qualidade e consistênc­ia individual dos atletas em campo. Em condições normais, este jogo já seria de extrema dificuldad­e para os madeirense­s, mas esta forma de jogar no espaço e no desequilíb­rio expôs os atletas a mais confrontos individuai­s que, com menor cobertura, sistematic­amente propiciam erros muito bem aproveitad­o pelo FC Porto, que gosta de defrontar equipas que se estendem no terreno [ 3].

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