Saíram duques em vez de ases
lógica clubística portuguesa conduz a uma perceção deturpada do peso das arbitragens. Usando os argumentos dos próprios rivais, se o FC Porto recebe benefícios na fase inicial da 1.ª Liga contra Feirense, Portimonense ou Boavista, isso serve como argumento televisivo para suavizar a polémica em torno das deslocações do Benfica a Santa Maria da Feira, Braga e Vila do Conde na fase decisiva da prova. Apesar de haver nos círculos de intoxicação clubística quem perore sobre jornalismo mesmo nem sabendo a diferença entre notícia e opinião, ainda vale a pena acreditar que existe uma réstia de sanidade neste manicómio. Os erros de arbitragem não se anulam, acumulam-se. E não têm a sua gravidade dependente
ESTRATÉGIA DO CA DA FPF ENTENDIA-SE MAS ÁRBITROS DE TOPO NÃO JUSTIFICARAM O SEU VALOR FACIAL
da cor dos envolvidos. Nesta fase são os dragões a queixar-se, no passado foram as águias ou os leões a clamar esbulhos aos quatro ventos, isto sem voltar às críticas sustentadas que o Sp. Braga foi realizando ao longo de época, em vários casos com razão evidente. Defendi publicamente parte da estratégia do Conselho de Arbitragem da FPF, mas não adianta guardar os alegados ases no baralho se, quando são atirados para a mesa, não justificam o seu valor facial nem são devidamente apoiados por quem escrutina as jogadas em ecrãs televisivos. Salvo melhor opinião, o erro no Rio Ave-Benfica que vai da falta sobre Gabrielzinho até ao golo em fora-de-jogo de João Félix, é grosseiro e supera todos os outros casos na 1.ª Liga. Não faz sentido que Fontelas Gomes peça castigos para quem se queixa sem ter, no outro prato da balança, outra mensagem pública clarificadora que não seja o silêncio.