Record (Portugal)

Dois árbitros e um guardião

- Octávio Ribeiro Diretor-geral da Cofina

O incidente de ontem, entre Sérgio Conceição e um adepto do FC Porto na bancada do Olival, diz muito sobre o ambiente atual no clube de Pinto da Costa. Aquela resposta a insultos lançados ao seu filho e à sua família fará do técnico o réu da bancada do Dragão? Faltam poucos dias para se saber. É complicado gerir a paixão entregue a um clube tendo o filho a jogar pelo grande rival. Não deve ser bom para nenhuma das partes, principalm­ente para o jovem jogador que, sublinhese, acabava de ser expulso quando foi alvo dos cobardes insultos que espoletara­m toda a situação.

No FC Porto, ninguém atira ainda a toalha ao chão no ringue do título,

mas é óbvio que a probabilid­ade de a equipa ultrapassa­r o Benfica é mínima. Depois, faltará lutar pela terminação de vencer a final da Taça. Vença a Taça ou não, o incidente de ontem deverá ter ditado o fim da relação entre Sérgio Conceição e o FC Porto. Para já, claro. Que o técnico é jovem e, depois da espuma do presente, o clube será grato.

Sempre que Benfica ou FC Porto rondam no seu voo o insucesso,

aparece agora um espectro no horizonte. Jorge Jesus anda por aí. A ver se algum grande clube pousa na sua mão de feiticeiro da bola.

Não sei quem foi mais beneficiad­o pelas arbitragen­s.

O que tenho na memória são os erros mais recentes. Inexplicáv­eis. Inaceitáve­is.

É preciso saber até onde vai o rigor dos responsáve­is pela arbitragem,

perante erros tão grosseiros como os que acontecera­m, por exemplo, no Rio Ave-Benfica do último fim de semana.

Um árbitro sem coragem ou talento,

escorado num VAR que não logra ver o óbvio ululante, deve ser uma situação que merece para ambos um castigo pesado. Talvez serem banidos da função de agentes de um desporto que é uma enorme paixão. Mesmo para os que não sofrem de clubite aguda.

Ainda que banidos,

o castigo seria suave perante o mal que fizeram à credibilid­ade do espetáculo.

Muitas vezes os árbitros escudavam-se nos erros graves

que também os jogadores cometem. Nunca me pareceu uma analogia feliz. Agora, com um VAR na redoma tranquila da Cidade do Futebol, ainda menos será discurso aceitável. Porém, o desastrado árbitro do passado domingo, caso falasse, também poderia apontar o estranho erro do guardião do Rio Ave.

Léo Jardim deslizou pela relva,

não segurou uma bola fácil e o seu joelho colocou-a à disposição de um surpreendi­do João Félix. É preciso muito azar para dois árbitros estragarem a aura de justiça de um campeonato, tendo um guardião desastrado como cúmplice.

A RELAÇÃO ENTRE CONCEIÇÃO E O FC PORTO DEVE SER INTERROMPI­DA. ATÉ UM DIA SER REATADA QUEM NÃO VIU O QUE SE PASSOU EM VILA DO CONDE TALVEZ JUSTIFICAS­SE SER BANIDO DA FUNÇÃO DE AGENTES NESTE DESPORTO DE PAIXÕES. MAS O ERRO DO GUARDA-REDES LOCAL TAMBÉM FOI ESTRANHO

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