“Bruno Lage está na fase da paixão”
Como tem acompanhado o fenómeno Bruno Lage, que está prestes a sagrar-se campeão logo na sua estreia na 1.ª Liga?
LV – Isso também tem muito a ver com os momentos. Com a fase da paixão, aquele primeiro período, o do enamoramento. O Bruno Lage está a fazer um grande trabalho, mas os treinadores portugueses são bons e têm sucesso onde quer que sejam chamados a trabalhar. O Vítor Pereira foi campeão na China, o Pedro Emanuel ganhou a Taça na Arábia Saudita, o Jesualdo Ferreira, que também venceu o título, e até o Rui Vitória também está próximo de conquistar o seu campeonato. E não podemos esquecer o prestígio do nosso expoente máximo, o José Mourinho. Fico contente que o Bruno Lage tenha a possibilidade de ser já campeão, mas também ele não chegou agora. Está há muito tempo no Benfica, conhece a casa e a forma de atuar do clube, bem como muitos dos jogadores jovens. Agora, foi muito bem recebido, foi protegido e ainda bem, é mais um treinador português a ter sucesso.
Qual a sua reação perante toda a turbulência, por vezes qualificada como ingratidão, criada em torno de Sérgio Conceição no FC Porto?
LV – Essa é a parte mais bonita da nossa carreira. As pessoas são assim. Isto é paixão, não é razão. O futebol para os adeptos é diferente. Temos de ser mais ponderados de forma a fazê-los entender que a paixão deles é a nossa razão. E que temos de ser muito mais racionais do que emocionais.
Chegou a definir alguma aposta no que toca à valorização do plantel boavisteiro?
LV – Não. Nem eu e de certeza que o presidente também não. E ninguém pensou nisso. No momento
“É PRECISO VER QUE ELE NÃO CHEGOU AGORA AO BENFICA. JÁ CONHECIA A CASA E FOI BEM RECEBIDO E PROTEGIDO...”
em que estávamos quando fui contratado, o foco tinha de estar na permanência. Se fizéssemos isso era um erro crasso. Não podemos valorizar ninguém na derrota. Os jogadores beneficiam ao máximo se conseguirmos vitórias e tendo exibições com qualidade. Agora, trata-se de um ponto importante que teremos em conta. *