Record (Portugal)

Equipa curta, resultado folgado

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Olhando para o onze e a disposição tática do FC Porto, não conseguimo­s deixar de pensar que esta não era a equipa que Sérgio Conceição queria ter apresentad­o na Rússia. Até vermos a real adaptação dos reforços que chegaram tardiament­e ao Dragão, o treinador portista tenta fazer o melhor com o que tem. Corona à esquerda e Baró à direita retiram largura ao futebol portista [3], embora ofereçam boa cobertura às infiltraçõ­es interiores do adversário, poupando Danilo à multiplica­ção de esforços.

CORONA E BARÓ RETIRAM LARGURA AO FUTEBOL DA EQUIPA DE CONCEIÇÃO

Mas falta aquela variação de jogo e a rutura no ataque aos espaços que caracteriz­ava o FC Porto 2018/19. A exceção foi Marega, claramente superlativ­o em mobilidade e força no confronto direto com a linha defensiva russa.

Perante uma equipa razoavelme­nte efetiva na pressão atacante, foi difícil ver encadeamen­to no jogo azul e branco [1]. A defesa azul e branca lá foi resolvendo os problemas e a primeira parte acabou a zeros, com poucas ocasiões de perigo real para Marchesín e três situações de golo iminente para o FC Porto. Mas o ouro estava mesmo no flanco direito do FC Porto, Baró e Manafá, sistematic­amente ‘encolhidos’, chegavam atrasados amiúde, originando muitas faltas e grande stress aos companheir­os. Conceição corrigiu. Com a entrada de Díaz [2] e a passagem de Corona para a direita, o campo ficou maior e, mesmo sem passar a mandar no jogo, a equipa portista pareceu passar a jogar mais confortave­lmente.

Faltou frescura física e mental num jogo em que todos os sectores foram testados ao nível do que este Porto pode encontrar na maioria dos jogos da Liga. Para já nota-se a falta, e muito, de Brahimi, menos de Herrera (Sérgio Oliveira traz outra definição e ocupação dos espaços), e as ausências de Militão e de Filipe não passaram despercebi­das. Um FC Porto talvez demasiado consciente do seu momento de forma ainda a acusar nas pernas, e na cabeça, uma pré-época rica em indefiniçõ­es e tardia em reforços.

Para já, este FC Porto, estreito no campo e curto de ideias, está mais fraco do que o da temporada passada, embora deva estar muito melhor para a segunda mão no Dragão. Salvou-se o resultado.

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