Vai dar com o Krasnodar
Sérgio Conceição teve o melhor dos dois mundos, não sofreu golos na ida à Rússia e a equipa foi cínica o suficiente para colocar em sentido o jovem clube Krasnodar. O jogo não foi fácil, não se previa fácil e exigia-se que a experiência dos mais velhos o segurasse sem sofrer golos para tratar da passagem à próxima eliminatória em casa.
O treinador foi pragmático e determinado, assumiu Marchesín na baliza (ele que ainda não teve tempo para desfazer as malas no Porto após a contratação ao América do México), mas estava lá para fazer uma defesa monstruosa numa altura de grande atrevimento da equipa russa. Baró esteve abaixo do desejado. Faltou-lhe agressividade, como Sérgio tanto gosta, e, quando quis mostrar serviço ao treinador após o intervalo, ficou logo amarelado.
Zé Luís entrou bem e presumo que seja muito útil a este Porto. Deu a bola (com a falta que sofreu) para o livre de Sérgio Oliveira. Os reforços foram úteis e ajudaram na construção do resultado.
Temo que esta defesa com alas tão subidos (Alex Telles e Manafá) possa criar muitos calafrios ao último reduto portista. Falta, no entanto, poder de fogo ao dragão. Falta remate, falta construção objetiva e golo no fim das contas. Faltam referências na área, falta matador no último terço, mas, com o tempo, espero que se resolva este problema que grassa desde a época passada sem solução.
O Porto foi matreiro, contemporizou o jogo, acertou o relógio e deu à corda quando quis. O ‘cucu’ bateu as horas ao minuto 89. Sérgio Oliveira voltou a dizer presente após meia época de emigração forçada por empréstimo ao PAOK. Que bela maneira de regressar a casa.
Sem uma pressão alta, sem velocidade, o Porto trouxe um resultado muito positivo para a próxima terça-feira.
RESULTADO NA RÚSSIA FOI E TODOS CUMPRIRAM A MISSÃO
Os jogos a doer são bem diferentes. O cheiro a Champions faz tremer qualquer um, mas todos cumpriram a missão.
Este apuramento é vital para o Porto, fará crescer o plantel e dará estabilidade financeira ao clube. O Porto tem tudo para passar esta fase, tem tudo para fazer acreditar os adeptos nesta equipa, que mistura juventude, experiência e os recém-chegados ao futebol europeu, em tudo diferente ao que muito dos reforços estavam habituados.
A viagem começou ontem. Teremos montanha e contrarrelógio, mas o que todos queremos é que a camisola amarela seja nossa no final da ‘Volta’. Todos terão de pedalar para que tal aconteça.