Record (Portugal)

As dúvidas que ficam

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No dia em que arrancou a Liga NOS, um relatório do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) considerou que a bancada de um dos estádios onde era suposto jogar-se amanhã não garantia a segurança dos espectador­es. Não sendo – imagino eu – possível garantir com total certeza a segurança das mais de 2 mil pessoas que se esperavam naquela zona do Estádio dos Arcos, é de aceitar a decisão de adiar a partida. Mas há perguntas que ficam por responder.

A primeira de todas é: há quanto tempo havia deterioraç­ão da bancada em causa? Na reta final do campeonato do ano passado, FC Porto e Benfica jogaram em casa do Rio Ave, tendo ambos os jogos sido vistos ao vivo por mais de 7.500 pessoas, muitas delas colocadas precisamen­te na bancada que agora levou ao cancelamen­to do encontro de amanhã com o V. Guimarães. Isto aconteceu há cerca de três meses. Como não houve nenhum sismo de grande magnitude naquela região, nem sinais de condições climatéric­as extremas neste período, surge a segunda pergunta: os espectador­es que passaram por lá nos últimos tempos estiveram num local que poderia ter ruído?

O relatório do ISEP chegou antes da realização do jogo. Se tivesse sido apenas na segunda-feira, teria havido mais de 2 mil adeptos numa bancada em risco (mínimo ou máximo, não sei) de cair. Assustador.

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