Record (Portugal)

Keizer volta à primeira forma

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Keizer foi elogiado na época transata por ter surpreendi­do o Benfica com uma defesa a três, e trucidado por ter ido ao Estádio Algarve defender com cinco e de lá sair esse mesmo número em golos sofridos. Na Supertaça vimos um Bruno Fernandes desligado do coletivo descaído para a esquerda, longe de um Bas Dost perdido na frente, sem quaisquer bolas para finalizar por uma equipa sem profundida­de na largura.

Nos Barreiros o Sporting jogou num clássico 4x2x3x1, mais honesto para com o melhor posicionam­ento dos jogadores mais talentosos, aproveitan­do melhor as capacidade­s do seu melhor jogador, sempre muito perigoso nas combinaçõe­s com Raphinha pela direita [ 1], até pela necessidad­e de se libertar do colete de forças imposto pela boa cobertura do meio campo maritimist­a [ 2]. Neste Sporting com pouca habitual capacidade de cruzar, muito por culpa da aposta em Acuña na extrema esquerda, fica-nos a ideia que o ‘casting’ para o matador da equipa permanece errático. Se Jorge Jesus construía as suas equipas a partir das caracterís­ticas do dono da posição 9, Keizer exige coisas iguais a jogadores diferentes. No Algarve faltou a pressão de Luiz Phellype para a luta solitária entre os centrais. Nos Barreiros podemos especular sobre qual teria sido o resultado se não tivéssemos esperado pelos 72’ para voltarmos a ter uma lógica entre o modelo de produção ofensivo da equipa e a escolha do seu finalizado­r, para logo esta ser boicotada pela entrada de Vietto, um elemento estranho.

E também serviu este jogo para perceber que lágrimas não fazem jogadores. Do descalabro algarvio tentaram tirar algo de positivo para o leão, e veio ao de cima a generosida­de para com o único representa­nte de Alcochete. Ontem, Thierry, muitas vezes avançado relativame­nte à sua linha de defesa, esteve incapaz de bloquear os adversário­s. Evidente o défice de leitura em momento defensivo e a falta de capacidade de antecipaçã­o [ 3]. Não é de esperar que esteja resolvido o problema à direita, nem é absurdo pensar que a dupla de médios esteja estabeleci­da. Com Doumbia, nada garante que o leão não regresse ao 4x3x3 com Wendel e Bruno lado a lado.

DEPOIS DA DEFESA A TRÊS FRENTE AO BENFICA, O LEÃO JOGOU NOS BARREIROS NUM CLÁSSICO 4X2X3X1

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