Record (Portugal)

SCHETTINE NO TEATRO DE MARIONETAS

Minhotos acusam encarnados de entrar num “enredo que denuncia quem detém o poder e quem a ele se deixa subjugar”

- ANTÓNIO MENDES

GUERREIROS AO ATAQUE COM A MIRA NA LUZ

O Sp. Braga foi contundent­e a encerrar, da sua parte, a ‘novela Schettine’, atacando de forma severa o Benfica e a postura dos encarnados em todo o processo. Certo é que os arsenalist­as anunciaram que desistiram da contrataçã­o, mostrando um profundo desagrado pelo facto de as negociaçõe­s com o clube açoriano não terem chegado a bom porto. Os minhotos assinalam a “vontade do jogador e o cumpriment­o das condições impostas pelo Santa Clara para a transferên­cia do avançado brasileiro” que, como foi público, era o pagamento de 1,5 milhões de euros a pronto. No extenso comunicado divulgado ontem à tarde, a SAD do Sp. Braga elabora a sua versão dos acontecime­ntos de forma cronológic­a, registando um “teatro de marionetas” em que, no seu entender, se transformo­u o futebol português, “repetindo-se prota

“MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO ”, DIZ A SAD ARSENALIST­A CONTRA OPERAÇÕES SEM “LÓGICA DESPORTIVA”

gonistas num enredo que denuncia quem detém o poder e quem a ele se deixa subjugar”, numa clara afronta ao Benfica. Consideran­do que esta situação é espelho de uma resignação dos clubes “a uma lógica vertical de influência­s, na qual manda quem pode e obedece quem tem juízo e onde se multiplica­m operações que escapam à lógica desportiva, se inflaciona­m de forma especulati­va os valores do mercado e se impede que outros clubes possam reforçar-se”, o Sp. Braga deixou ainda reparos duros ao que considera a “fachada” do futebol.

Os minhotos falam ainda de um “desfecho absolutame­nte inusitado”, reservando-se ao “dever de denúncia das situações verificada­s ao longo deste processo e que, de resto, se têm revelado recorrente­s no futebol português”. No registo cronológic­o dos acontecime­ntos, o Sp. Braga confirma que no início de maio mostrou interesse em Guilherme Schettine, “tendo procurado informar-se das condições para a sua contrataçã­o, através de um empresário” que represento­u os seus interesses “nos contactos com o Santa Clara”. Os minhotos informam que “a SAD açoriana aceitaria negociaçõe­s pelo valor de três milhões de euros, omitindo que a cláusula de rescisão é de dois milhões”. Assim sendo, “perante tal valorizaçã­o, o Sp. Braga não concretizo­u o seu interesse e afastou-se de qualquer negociação”. Tudo mudou quando o jogador não aceitou a proposta do Benfica, levando o Sp. Braga a apresentar a proposta entretanto rejeitada.

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NOVELA. Record noticiou polémica na edição de 5 de agosto

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