SCHETTINE NO TEATRO DE MARIONETAS
Minhotos acusam encarnados de entrar num “enredo que denuncia quem detém o poder e quem a ele se deixa subjugar”
GUERREIROS AO ATAQUE COM A MIRA NA LUZ
O Sp. Braga foi contundente a encerrar, da sua parte, a ‘novela Schettine’, atacando de forma severa o Benfica e a postura dos encarnados em todo o processo. Certo é que os arsenalistas anunciaram que desistiram da contratação, mostrando um profundo desagrado pelo facto de as negociações com o clube açoriano não terem chegado a bom porto. Os minhotos assinalam a “vontade do jogador e o cumprimento das condições impostas pelo Santa Clara para a transferência do avançado brasileiro” que, como foi público, era o pagamento de 1,5 milhões de euros a pronto. No extenso comunicado divulgado ontem à tarde, a SAD do Sp. Braga elabora a sua versão dos acontecimentos de forma cronológica, registando um “teatro de marionetas” em que, no seu entender, se transformou o futebol português, “repetindo-se prota
“MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO ”, DIZ A SAD ARSENALISTA CONTRA OPERAÇÕES SEM “LÓGICA DESPORTIVA”
gonistas num enredo que denuncia quem detém o poder e quem a ele se deixa subjugar”, numa clara afronta ao Benfica. Considerando que esta situação é espelho de uma resignação dos clubes “a uma lógica vertical de influências, na qual manda quem pode e obedece quem tem juízo e onde se multiplicam operações que escapam à lógica desportiva, se inflacionam de forma especulativa os valores do mercado e se impede que outros clubes possam reforçar-se”, o Sp. Braga deixou ainda reparos duros ao que considera a “fachada” do futebol.
Os minhotos falam ainda de um “desfecho absolutamente inusitado”, reservando-se ao “dever de denúncia das situações verificadas ao longo deste processo e que, de resto, se têm revelado recorrentes no futebol português”. No registo cronológico dos acontecimentos, o Sp. Braga confirma que no início de maio mostrou interesse em Guilherme Schettine, “tendo procurado informar-se das condições para a sua contratação, através de um empresário” que representou os seus interesses “nos contactos com o Santa Clara”. Os minhotos informam que “a SAD açoriana aceitaria negociações pelo valor de três milhões de euros, omitindo que a cláusula de rescisão é de dois milhões”. Assim sendo, “perante tal valorização, o Sp. Braga não concretizou o seu interesse e afastou-se de qualquer negociação”. Tudo mudou quando o jogador não aceitou a proposta do Benfica, levando o Sp. Braga a apresentar a proposta entretanto rejeitada.