“Fio da navalha era quando andava nas obras”
A derrota em Barcelos deixou marcas evidentes, mas o técnico dos dragões rejeita que o jogo desta noite traga pressão extra ao grupo
A derrota em Barcelos ao segundo jogo oficial da época, primeira no campeonato, deixou marcas evidentes no grupo de trabalho e Sérgio Conceição não escondeu alguma irritação na conferência de imprensa de ontem (ver peça em rodapé). No entanto, o técnico dos dragões, que nunca rejeitou a pressão, não vê motivo para encarar o encontro desta noite, frente ao Krasnodar, com responsabilidade acrescida, até porque essa está presente sempre que a equipa entra em campo. Quanto ao facto de poder estar no fio da navalha, essa é uma questão que nem se coloca. “Fio da navalha era quando tinha 12 anos e andava a trabalhar com o meu pai nas obras, isso é que era terrível, tinha o fio na garganta, porque era difícil arranjar dinheiro para comer”, apontou Sérgio Conceição, que, mesmo assim, fez questão de lembrar que os treinadores de topo estão sempre na frente de batalha. “No fio da navalha estão normalmente todos os treinadores de clubes que lutam por objetivos importantes, designadamente ganhar títulos e estar presentes em jogos como o que vamos fazer para a Liga dos Campeões. Obviamente que queremos estar na fase de grupos, mas para lá chegar é preciso passar adversários e este é extremamente difícil. Temos de preparar o jogo da melhor forma e é nisso que estamos focados, não há aqui outro pensamento. O que se passou no fim de semana não foi claramente positivo para a equipa, nem para os adeptos, porque não estamos habituados a perder, mas sem baixar a cabeça, sabemos o que se passa neste momento. Estamos conscientes do que temos pela frente, da importância deste jogo, mas nada mais do que isso”, acrescentou o técnico, de 44 anos.
Motivação natural
Quanto à resposta que a equipa terá de dar após a derrota no terreno do Gil Vicente, Conceição não vê que seja diferente da que teria de dar caso tivesse vencido, uma vez a motivação e a responsabilidade são as mesmas de sempre. “Não dependemos do vento, da chuva ou do estado do terreno para termos mais ou menos motivação. Temos de ter motivação natural para defrontar um adversário que nos permite passar mais uma etapa na nossa ambição de estar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Se tivéssemos ganho diriam que depois de uma vitória estávamos mais valorizados. Essas são as perguntas que normalmente os jornalistas fazem, que eu respeito, tenho de responder, mas aquilo que se exige de mim é uma resposta normal e eu não gosto de ser normal, politicamente correto. Vamos lutar por ganhar o jogo, passar a eliminatória, mais ou menos responsabilidade, não, porque temos sempre a responsabilidade de ganhar os jogos”, concluiu.
“NO FIO DA NAVALHA ESTÃO TODOS OS TREINADORES DE CLUBES QUE LUTAM POR OBJETIVOS IMPORTANTES” “QUEREMOS ESTAR NA FASE DE GRUPOS, MAS PARA LÁ CHEGAR É PRECISO PASSAR ADVERSÁRIOS E ESTE É MUITO DIFÍCIL” “NÃO DEPENDEMOS DO VENTO, DA CHUVA OU DO ESTADO DO TERRENO PARA TERMOS MAIS OU MENOS MOTIVAÇÃO”