Record (Portugal)

“Fio da navalha era quando andava nas obras”

A derrota em Barcelos deixou marcas evidentes, mas o técnico dos dragões rejeita que o jogo desta noite traga pressão extra ao grupo

- RUI SOUSA E ANTÓNIO MENDES

A derrota em Barcelos ao segundo jogo oficial da época, primeira no campeonato, deixou marcas evidentes no grupo de trabalho e Sérgio Conceição não escondeu alguma irritação na conferênci­a de imprensa de ontem (ver peça em rodapé). No entanto, o técnico dos dragões, que nunca rejeitou a pressão, não vê motivo para encarar o encontro desta noite, frente ao Krasnodar, com responsabi­lidade acrescida, até porque essa está presente sempre que a equipa entra em campo. Quanto ao facto de poder estar no fio da navalha, essa é uma questão que nem se coloca. “Fio da navalha era quando tinha 12 anos e andava a trabalhar com o meu pai nas obras, isso é que era terrível, tinha o fio na garganta, porque era difícil arranjar dinheiro para comer”, apontou Sérgio Conceição, que, mesmo assim, fez questão de lembrar que os treinadore­s de topo estão sempre na frente de batalha. “No fio da navalha estão normalment­e todos os treinadore­s de clubes que lutam por objetivos importante­s, designadam­ente ganhar títulos e estar presentes em jogos como o que vamos fazer para a Liga dos Campeões. Obviamente que queremos estar na fase de grupos, mas para lá chegar é preciso passar adversário­s e este é extremamen­te difícil. Temos de preparar o jogo da melhor forma e é nisso que estamos focados, não há aqui outro pensamento. O que se passou no fim de semana não foi claramente positivo para a equipa, nem para os adeptos, porque não estamos habituados a perder, mas sem baixar a cabeça, sabemos o que se passa neste momento. Estamos consciente­s do que temos pela frente, da importânci­a deste jogo, mas nada mais do que isso”, acrescento­u o técnico, de 44 anos.

Motivação natural

Quanto à resposta que a equipa terá de dar após a derrota no terreno do Gil Vicente, Conceição não vê que seja diferente da que teria de dar caso tivesse vencido, uma vez a motivação e a responsabi­lidade são as mesmas de sempre. “Não dependemos do vento, da chuva ou do estado do terreno para termos mais ou menos motivação. Temos de ter motivação natural para defrontar um adversário que nos permite passar mais uma etapa na nossa ambição de estar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Se tivéssemos ganho diriam que depois de uma vitória estávamos mais valorizado­s. Essas são as perguntas que normalment­e os jornalista­s fazem, que eu respeito, tenho de responder, mas aquilo que se exige de mim é uma resposta normal e eu não gosto de ser normal, politicame­nte correto. Vamos lutar por ganhar o jogo, passar a eliminatór­ia, mais ou menos responsabi­lidade, não, porque temos sempre a responsabi­lidade de ganhar os jogos”, concluiu.

“NO FIO DA NAVALHA ESTÃO TODOS OS TREINADORE­S DE CLUBES QUE LUTAM POR OBJETIVOS IMPORTANTE­S” “QUEREMOS ESTAR NA FASE DE GRUPOS, MAS PARA LÁ CHEGAR É PRECISO PASSAR ADVERSÁRIO­S E ESTE É MUITO DIFÍCIL” “NÃO DEPENDEMOS DO VENTO, DA CHUVA OU DO ESTADO DO TERRENO PARA TERMOS MAIS OU MENOS MOTIVAÇÃO”

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