Lei adaptada ao futebol
Foram muitos os treinadores estrangeiros que deram início ao campeonato principal português de futebol, pese embora, de há uns anos a esta parte, as equipas da nossa Liga terem apostado mais em técnicos portugueses do que estrangeiros.
Na Champions, bem como na Liga Europa, Portugal era o país com mais representantes. Significa, somente, o reconhecimento internacional da competência dos nossos treinadores, não em detrimento de alguém, mas porque os treinadores portugueses são, sem sombra de dúvidas, reconhecidos internacionalmente e, é bom que se diga, têm apresentado trabalho digno dos mais rasgados elogios. Como diz o povo na sua sabedoria, contra factos não há argumentos.
Continuamos a discordar da lei inerente à formação de treinadores, e fazemo-lo porque é uma lei generalista. O futebol tem especificidades e ligações a uma atividade altamente profissionalizada, que não pode ser comparada com outras modalidades desportivas, algumas de lazer, a quem reconhecemos o seu mérito, mas que não podem ser comparáveis.
A lei, se não foi promulgada por sua excelência o Presidente da República, não tardará a ter a chancela de sua excelência, e por consequência, não vai ajudar ao progresso da modalidade mais praticada no nosso país.
Atrevo-me a dizer que tem tantos praticantes e treinadores como as restantes modalidades todas juntas e, por isso, deveria existir uma maior convergência com a Convenção da UEFA, de forma a não existirem os constrangimentos que vigoram entre a instituição que tutela o futebol europeu e o Estado que tutela a legislação nacional. O Estado não tem alternativa, tem de projetar os seus horizontes na Europa e não ficar refém das dificuldades de algumas modalidades. É imprescindível que o cientismo de alguns estudiosos tornem o importante em interessante.