“Jorge Jesus é um dos melhores do Mundo”
que representa para si aqueles meses como titular do melhor Sporting dos últimos largos anos, que por pouco não foi campeão nacional?
RS – Essa foi uma época impressionante, que suscita mescla de orgulho e tristeza por não termos conseguido aquilo que merecíamos: conquistar o título de campeões nacionais. Jogámos um futebol extraordinário e, a comprová-lo, está o facto de grande parte dos elementos dessa equipa terem saído pouco depois para o estrangeiro, com significativos encaixes financeiros para o clube. Foi pena mas já lá vai. Agora tenho é de pensar no Olympiacos e na Seleção. RS – Já falei com ele. Somos amigos, fomos companheiros e achei que devia dizer-lhe o que penso sobre o assunto: como grande jogador que é, vai ultrapassar esta fase menos boa. Todos sabemos que, no futebol, somos avaliados dia a dia, nos treinos e nos jogos. Mas ele já mostrou, ao longo de uma brilhante carreira, que tem muito valor e experiência. Vai superar as infelicidades que o têm afetado.
Que memórias guarda do contacto com Jorge Jesus?
posso vejo jogos do Flamengo e como tenho colegas brasileiros no Olympiacos, estou sempre a par do que se está a passar lá.
Foi ele quem decidiu emprestá-lo ao V. Setúbal?
RS – O Vitória tem uma história engraçada. O míster queria que eu saísse, para me manter em atividade e assim crescer como jogador. Mas a mim custou-me imenso sair do Sporting. Não queria, preferia ter ficado e, antes de aceitar a proposta, fui à casa de banho e desatei a chorar. Não queria abandonar o conforto do lar, abandonar aqueles jogadores (William, João Mário, Slimani, Gelson…) e perder o contacto com um treinador que eu sentia poder melhorar-me como homem e profissional.
Reconheçamos que foi a melhor opção que podia ter tomado…
RS – Acabou por ser a melhor decisão, indiscutivelmente. Hoje, tenho de agradecer ao míster, por ter criado as condições para me estrear na 1ª Liga, cometer alguns erros, é verdade, mas que aconteceram para, depois, acertar mais vezes. E reconheço que voltei muito melhor jogador ao Sporting.
Que importância atribuiu ao Huesca na sua reabilitação?
RS – Foi o clube que me deu a oportunidade de voltar a fazer aquilo de que mais gosto e voltar a sentir-me jogador de futebol. Naquele momento, se calhar, precisava do apoio do meu país, de voltar às minhas origens. Mas não me arrependo. Na altura foi o melhor para mim: sair da situação em que estava e ter logo uma saída profissional, um clube que me desse a mão. E isso foi muito importante.