Não há bola? Não há dinheiro!
Não me interessa saber quem foi o responsável pela elaboração do calendário da nossa I Liga, mas quem o preparou mostrou estar-se nas tintas para uma competição profissional que envolve custos e receitas astronómicas para os clubes participantes. Um mês sem jogos do campeonato é inaceitável.
Andam permanentemente os responsáveis e os média a dizer que os clubes lá por fora têm uma capacidade financeira que os nossos não têm. Entre nós, coitadinhos, as televisões pagam mal, os clubes não conseguem contratar os ‘craques’ e são obrigados a formar para depois venderem aos ricos e assim equilibrarem as finanças.
Mas, como querem os dirigentes do futebol que as televisões paguem mais? Como podem os patrocinadores pagar montantes mais elevados se ainda se verificam paragens como esta: um mês sem jogos do campeonato! Um mês praticamente sem receitas.
Ah! Pois, temos a Seleção. E temos a tal Taça da Liga, essa importantíssima competição que atrai milhares e milhares de espectadores e que gera receitas suficientes para pagar a jogadores, treinadores e todos os elementos que integram uma equipa de futebol profissional. Brincamos com uma indústria que, mesmo entre nós, faz movimentar milhões de euros.
E, o que para mim é ainda mais estranho, é verificar que não existe uma forte contestação por parte de quem é mais afetado por este tipo de calendarização – os clubes, naturalmente, em especial os ditos ‘grandes’, cujo silêncio não deixa de ser espantoso. Nem vermos também na Imprensa – que também é atingida, em especial a escrita, que se vê obrigada muitas vezes a ‘encher chouriços’ para vender algum papel – uma crítica séria a esta situação. Provavelmente será porque quem está errado sou eu…