SAÚDE MENTAL ENTRA NO MAPA DO FUTEBOL
SJPF assina protocolo que visa combater um problema que afeta vários jogadores
No Dia Mundial da Saúde Mental, o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) assinou um protocolo inovador com a Ordem dos Psicólogos Portugueses e a Sociedade Portuguesa de Psicologia do Desporto, que visa combater um problema cada vez mais real entre os futebolistas. Em Portugal, o tema ainda está numa “fase embrionária”, como explicou Joaquim Evangelista (presidente do SJPF), mas o estudo apresentado conclui que se trata de um flagelo, pois cerca de 30% dos jogadores inquiridos tiveram mais de seis fatores stressantes na carreira - mudança/mobilidade, doença, salários, etc... -, comparando com a população em geral. “Quando se fala de desporto parece que só as lesões físicas é que existem quando as psicológicas causam tanto ou mais sofrimento”, considerou Francisco Miranda Rodrigues, bastonário da Ordem dos Psicólogos. Nuno Pinto, diagnosticado em 2018 com um linfoma, participou no debate e explicou não ter contado com ajuda psicológica, por opção, admitindo que o impacto da notícia no balneário ainda foi pior. Já Carlos, internacional angolano e antigo guarda-redes do Rio Ave e atualmente no Amarante, contou a angústia vivida com a dificuldade de deixar de jogar. Aos 39 anos, o guardião explicou que o cenário o colocou em letargia, sem conseguir sair de casa ou vestir-se - chegando a sair diretamente de pijama para levar a filha à escola, num contexto quotidiano completamente fora do normal.
“OS PROBLEMAS PSICOLÓGICOS CAUSAM TANTO OU MAIS SOFRIMENTO DO QUE OS FÍSICOS”, DEFENDE MIRANDA RODRIGUES