“Em termos de conhecimento estamos no topo do Mundo”
Ainda há muito por fazer e para melhorar. Ainda assim, o desporto adaptado começa a merecer a atenção da sociedade e há motivos para se acreditar no futuro. Quem o diz é o selecionador nacional de paracanoagem, Ivo Quendera. “Historicamente, e analisando o número de atletas portugueses a participar nos grandes eventos, Portugal não tem grande expressão no desporto adaptado. Mas se olharmos para os resultados, aí já posso dizer que estamos entre o top 10 e o top 15 mundial”, analisou, apontando, depois, áreas em que o reconhecimento internacional não deixa dúvidas sobre a qualidade do que se vai fazendo por cá. “A nível técnico e de conhecimento científico somos muito bem vistos e estamos no topo do Mundo”, atirou.
Mas, e apesar da maior aposta no desporto adaptado, há também muito por fazer. “Não é apenas uma questão financeira. A inclusão é um processo difícil, que não requer apenas recursos financeiros, materiais ou humanos. É necessário uma modificação de mentalidade das pessoas que estão no terreno. Temos de perceber que se queremos incluir as pessoas com deficiência, então não podemos esperar que sejam apenas atletas. É preciso que as condições estejam criadas para que possam ser treinadores, coordenadores ou dirigentes. Já disse ao Norberto para vir para o meu lugar, mas ele diz que não aceita… só mesmo se for para adjunto [risos].” Também Floriano elogia o caminho traçado, ainda que feito tarde demais. “O trabalho tem vindo a ser feito, estamos é atrasados em relação a outros países. Não podemos pensar apenas nisto como algo para entreter. A verdade é que a paracanoagem mundial está fortíssima e nós temos de pensar na alta competição”, defende.