“Pimenta acolheu-nos de braços abertos”
peu. Nessa prova, também realizada este ano, estávamos a contar com um 5º ou 6º lugar e o terceiro foi uma grande surpresa.
Como é que os amigos e os familiares veem a sua carreira? NM – A minha família e os amigos sempre me apoiaram. Houve alturas complicadas, como por exemplo depois do Mundial do ano passado onde as coisas não correram bem e surgiram aquelas páginas de ‘memes’ com piadas negativas. Mas não se pode levar a mal isso.
Sente que a canoagem sempre fará parte da sua vida ou pondera experimentar outros desportos?
NM – Já fiz muita coisa, tudo depois do acidente. Mas na canoa sinto uma liberdade incrível e por isso sinto que fará para sempre parte da minha vida.
Fez um curso de árbitro de canoagem. Gostou da experiência?
NM – Sim, gostei muito. Fiz o curso e ainda arbitrei algumas provas, mas sendo um atleta estava mais limitado e tive de abdicar, ainda que ache que é uma parte bastante importante da modalidade. Fernando Pimenta é o nome maior da canoagem portuguesa. Como é que é a relação entre vocês?
NM – O Fernando foi uma daquelas pessoas que nos acolheu de braços abertos, mostrando-se sempre interessado em saber quem somos e o que nos aconteceu. Não só ele, mas também o Emanuel Silva e outros. Falo muito do Emanuel Silva porque foi o primeiro atleta que vi nos Jogos Olímpicos, através da televisão. Nessa altura estava longe de imaginar que um dia ia fazer canoagem.
É um orgulho poder fazer parte da mesma ‘família’?
NM – Ser amigo deles, conviver com eles durante uma parte larga da época e fazer as provas junto deles é fantástico. O melhor que a canoagem tem é a inclusão. Estamos todos juntos e somos todos iguais. Competimos todos ao mesmo tempo, cada um na sua regata. São poucas as modalidades que permitem isso.
O sucesso deles traz maior visibilidade ao que vocês fazem? NM – Sim, claro. O Pimenta é o atleta mais falado, pelos que resultados que obteve para o País. Eu sou um pouco como ele na
“COMPETIMOS JUNTOS, CADA UM NA SUA REGATA. SÃO POUCAS AS MODALIDADES QUE PERMITEM ISSO”
parte da paracanoagem, uma vez que sou o que estou há mais tempo e pelos resultados que agora consegui.
Vê-se como um exemplo para os mais jovens?
NM – Sim, um pouco. A verdade é que a canoagem regular usa os nossos exemplos de vida para motivar os outros atletas, dizendo-lhes que se nós somos capazes, eles têm mais condições para o conseguirem.