Record (Portugal)

Tribunais são coniventes

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mas envolvendo o pagamentos aos trabalhado­res e as condições de vida dos mesmos, há algo que também ajuda a manchar aquele que deveria ser um certame de união entre os povos, como é apanágio do desporto-rei. Apesar da dificuldad­e em encontrar registos daquilo que se tenta esconder a todo o custo, a verdade é que já morreram perto de 1.500 trabalhado­res desde o arranque das obras. Cerca de 150 mortes por ano, causadas por acidentes nos locais de construção e também por deficiente­s condições de vida, alimentaçã­o e higiene.   Sempre que os trabalhado­res afetados conseguem colocar as respetivas empresas na Justiça e ganham a ação em tribunal, isso não significa que o caso esteja terminado. De forma a pressionar e ganhar tempo, as empresas recorrem das respetivas ações judiciais e passam o caso para a os tribunais civis, o que obriga os trabalhado­res a gastar mais dinheiro e, inevitavel­mente, a desistir do caso. “O esquema está bem montado e acontece com todos. O juiz diz sempre que temos de voltar mais tarde. Aliás, gastei o meu dinheiro em transporte para o tribunal, de tantas vezes que tive de regressar. Para além disso, estar sempre a pedir para me ausentar do novo emprego para ir a tribunal resolver as coisas do emprego anterior não ajuda ninguém. Os patrões não ficam satisfeito­s, obviamente”, realça ‘Roy’, que trabalhou para a empresa HKH.

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