Beijinhos e bom domingo
Um orçamento aprovado à justa, sócios impedidos de falar e ânimos exaltados do princípio ao fim. A assembleia geral do Sporting foi, em muitos aspetos, aquilo que se poderia esperar. O momento do clube é caótico, há muitas vozes contra a gestão de Frederico Varandas e, em democracia, este é o espaço onde os associados, apoiantes ou não apoiantes, podem dar a sua opinião. Um deles, porém, não conseguiu.
Sousa Cintra, líder da Comissão de Gestão que antecedeu o atual elenco diretivo, tentou usar da palavra, mas foi constantemente vaiado. Mais tarde acabou por dizer que “Varandas não tem jeito
QUEM NÃO ESTÁ PRONTO PARA OUVIR
SE CALHAR NÃO TEM JEITO PARA ISTO
para ser presidente do Sporting”. Está ainda por saber se é mesmo assim. Para já, com apenas um ano de mandato, o balanço é negativo. E pior fica quando o atual presidente resolve falar.
No tal “clube de malucos”, onde “quem critica o trabalho desta direção, ou não percebe nada de futebol ou é intelectualmente desonesto” (palavras do próprio), há quem o chame de ditador. Foi isso que ouviu enquanto abandonava o Pavilhão João Rocha. Respondeu enviando beijinhos para os detratores, numa atitude com tanto de provocatória como de imatura.
Já no exterior, Frederico Varandas disse que a pergunta de um jornalista da CM TV, sobre a possibilidade de demissão, era ridícula. Não há perguntas ridículas. Há perguntas incómodas. Às quais se pode ou não responder. Mas que fazem parte da vida de um presidente de clube grande. E quem não está preparado para ouvi-las, tal como diz Sousa Cintra, se calhar não tem mesmo jeito para isto.