ALVOS DE PINTO EXPOSTOS
Benfica e os advogados da CC Ontier no topo das organizações mais vistoriadas pelo hacker
Benfica e o escritório de advogados da CC Ontier, fundado pelo colunista Record Carlos Barbosa da Cruz, são as organizações mais expostas por Rui Pinto, segundo revelou a revista ‘Sábado’. Qualquer das entidades viu, cada uma, 43 contas de email serem espiadas, num total de 488 a que o hacker de Vila Nova de Gaia teve acesso. A análise tem por base apenas dois dos 12 discos externos a que a Polícia Judiciária acedeu e que contêm detalhes sobre 500 pessoas e mais de 130 entidades públicas e privadas de todo o Mundo. A FIFA (32 contas de emails), o At. Madrid (19) e a Liga Portugal (18) fecham o top 5 de entidades mais ‘escrutinadas’.
Rui Pinto, agora acusado de 147 crimes relacionados com a extorsão e intrusão na Doyen Sports, Sporting, Procuradoria-Geral da República, Federação Portuguesa de Futebol e a sociedade de advogados PLMJ, tinha na sua posse informação informática que ultrapassava os 23 terabytes. Vários desses dados, segundo a ‘Sábado’, recolhidos entre 2015 e janeiro de 2019, diziam respeito a esquemas de pirataria. Um deles, de acordo com o auto de exames da Polícia Judiciária (PJ), visava, por exemplo, os domínios da Presidência da República. Se no início Rui Pinto tinha como mira nos seus acessos indivíduos e entidades relacionados com o desporto, a partir de certa altura, o rosto do Fooball Leaks detido em Budapeste em janeiro último dedicou-se a recolher informação privilegiada das empresas de Isabel dos Santos, da IURD, da Promovalor de Luís Filipe Vieira, da Fosun ou da mulher do empresário Álvaro Sobrinho.
Para aceder às informações, Rui Pinto usou vários esquemas: desde a procura de passwords de funcionários de instituições públicas com a PJ ou a Autoridade Tributária, descobrir vulnerabilidades nos sistemas e ainda forjar ataques de phishing que consiste em mascarar uma página falsa na Internet como se fosse verdadeira.
A FIFA, O AT. MADRID E A LIGA PORTUGAL FECHAM O TOP 5 DE ESPIADOS; DEFESA DO ‘PIRATA’ QUER PROVAS INVÁLIDAS
Defesa quer provas inválidas
Um dos advogados de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, pediu a nulidade de todas as provas recolhidas pelas autoridades nacionais, tendo em conta a forma como chegaram a Portugal: os inspetores e magistrados verificaram que faltavam dois sacos e que os selos colocados haviam sido violados.*