Record (Portugal)

UM RECORDE EM CAUSA MAS NÃO SÓ

- JOSÉ ANGÉLICO

Na última década, o Liverpool apenas venceu no reduto do rival Manchester United uma vez: foi a 16 de março de 2014, num triunfo por 3-0 (com Steven Gerrard a marcar dois penáltis e a falhar outro) e numa época em que os red devils, com David Moyes, terminaram em 7º lugar (a sua pior classifica­ção de sempre na Premier League). Mais de cinco anos e meio depois, os anfitriões voltam a atravessar uma fase difícil (ocupam o 12º posto, com apenas 9 pontos em oito jornadas) e o clássico de domingo parece ser uma oportunida­de de ouro para os sensaciona­is reds de Jürgen Klopp fazerem história. Um novo sucesso permitirá ao Liverpool igualar o recorde do Manchester City, com a 18ª vitória seguida no campeonato. Um registo obtido por Pep Guardiola em 2017, ficando então a um triunfo do que já havia feito no Bayern Munique em 2013/14 e que constitui a melhor série de sempre entre as grandes ligas europeias, os chamados Big 5 - ainda assim muito longe do máximo europeu alcançado pelo Benfica (29 vitórias seguidas no campeonato entre 1971 e 1973).

Mas há muito mais em jogo do que um mero recorde. Desde logo, só o facto de continuar a ganhar deixará os visitantes ainda mais perto da conquista de um título inglês que foge ao clube de Anfield há quase 30 anos (o último dos seus 18 troféus data de 1989/90), numa altura em que já leva oito pontos de avanço sobre o campeão Manchester City. Depois, porque em causa está também o destino de Ole Gunnar Solskjaer, o treinador do United. O sucessor de José Mourinho não tem sido feliz e, desta vez, até terá o português a assistir ao jogo em Old Trafford, agora como comentador da Sky Sports.

Solskjaer confiante

Os recentes maus resultados e a pressão crescente parece não ser um problema para o técnico norueguês. Confiante que o projeto que lidera é de “longo prazo”, acredita que nada mudará isso. “Deram-me o trabalho e se perder um jogo ou dois não fico à espera de que me deem garantias [de continuida­de]”, salientou Solskjaer em entrevista à Sky Sports, conduzida pelo antigo companheir­o de equipa Gary Neville. E foi ainda mais longe. “Sou um otimista. E prefiro sê-lo e provarem que estou errado do que ser pessimista e ter razão. Olho sempre para o próximo jogo como uma oportunida­de. E o encontro com o Liverpool é uma grande chance para mudar isto”, lembrou, apesar de reconhecer o excelente momento do rival.

Old Trafford recebe no domingo duelo de velhos rivais, com Mourinho bem atento ao encontro

FRENTE AO UNITED, O LIVERPOOL PODE IGUALAR AS 18 VITÓRIAS SEGUIDAS DO CITY NA LIGA E SELAR O DESTINO DE SOLSKJAER

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