Record (Portugal)

UMA LIÇÃO PARA A HISTÓRIA

Heróis do Ribatejo eliminam detentor do troféu, com uma exibição categórica frente a um leão sem ideias. Foi surpresa só para quem não viu...

- CRÓNICA DE DIOGO JESUS

O Sporting, detentor do troféu, caiu com estrondo na Taça de Portugal logo à primeira! Surpresa? Só para quem não viu! O sensaciona­l Alverca, que passeia classe no terceiro escalão do futebol português, deu uma autêntica lição a um leão sem ideias, que nunca mostrou mais vontade do que os heróis do Ribatejo. Para a história ficará uma exibição categórica do Alverca, que até parecia que estava habituado a jogar contra este tipo de adversário. Quem diria!

Honra ao Alverca, que foi o justo vencedor de um encontro em que entrou muito bem, sempre de forma aguerrida na busca pela recuperaçã­o da bola. E, sem surpresa, conseguiu inaugurar o marcador logo aos dez minutos, numa fase em que o Sporting... ainda não tinha chegado ao relvado. Pelo menos foi o que pareceu. A formação de Silas arrancou a partida de forma bem apática e sem ideias definidas. Quem não se importou com nada disso foi o super-Alverca. Sempre empolgado pelo público, a equipa ribatejana começou a acreditar no sonho de seguir em frente nesta eliminatór­ia da Taça quando o excelente remate de pé esquerdo de Alex Apolinário bateu Luís Maximiano.

A sorte procura-se e o Alverca, é justo dizer-se, procurou-a sempre. Bem ao contrário do Sporting. Silas montou o onze esperado, onde deu primazia aos jogadores com quem trabalhou de forma mais intensa durante esta paragem das seleções, mas os resultados práticos não apareceram no relvado. Incrível a passividad­e de uma equipa que não dá mostras de melhorias. O novo treinador do Sporting bem tinha avisado que esta formação ainda está em processo de consolidaç­ão mas, convenhamo­s, este leão tem a obrigação de jogar mais e melhor. Não o fez e pagou caro, uma eliminação tão histórica como justa. Olhar para este Sporting, envergonha­do, com medo de assumir de forma perentória as rédeas do jogo, pouco solto, com receio de se expor em demasia no ataque, não é, sem dúvida, o que Silas pretende implementa­r. Vietto, colocado no lado esquerdo do ataque, foi o elemento que se mostrou mais inconforma­do mas, sozinho, não conseguiu ser decisivo. No papel, Eduardo seria o motor deste meio-campo alternativ­o do leão, mas a sua substituiç­ão ao intervalo revela bem o nível da sua exibição desinspira­da. Não foi o único... No arranque da segunda parte,

Silas não teve outra alternativ­a senão lançar Bruno Fernandes que, durante a primeira parte, bem sofreu no banco pelo rendimento sofrível dos seus colegas. Contudo, o capitão do Sporting foi notícia por... não ter conseguido levar a equipa às costas desta vez, o que tem vindo a acontecer nos últimos encontros. O internacio­nal português, que regressou da Seleção há poucos dias, quis oferecer mais energia, atirou uma bola ao ferro através de um livre direto, mas a sorte não quis nada com ele nem com o Sporting. Que o diga Bolasie, Luiz Phellype e restantes elementos, que na hora de finalizar nunca revelaram a frieza necessária para evitar um destino que pareceu inevitável desde o arranque do encontro.

Festa com ‘olés’

Não é demais elogiar o Alverca que, mesmo em vantagem por dois golos após o tiro de Luan, nunca quis recuar em demasia as suas linhas e estacionar o habitual autocarro junto da sua baliza. Com algumas oportunida­des para fazer um estrondoso 3-0, explorando o desnorte leonino, o jogo terminou ao som de ‘olés’ por parte dos ribatejano­s. Assistiu-se à festa da Taça!

Quando a maioria das pessoas pensava que o Sporting, agora com Bruno Fernandes em campo, ia chegar ao empate... eis que Luan faz o segundo golo do Alverca e dá uma enorme machadada nas aspirações leoninas.

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