MP QUER CONDENAR CRISTÓVÃO E MUSTAFÁ
Procuradora justifica que ficou provada a implicação de ambos em dois assaltos
Ministério Público (MP) pede a condenação do antigo vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão, do líder da Juve Leo, Nuno Mendes (Mustafá), e de mais 14 dos restantes 15 arguidos no caso dos dois assaltos a casas em Cascais e Lisboa. Os furtos, recorde-se, aconteceram em fevereiro e abril de 2014, respetivamente. Na sequência das alegações finais, que vão prosseguir a 25 de outubro, a procuradora Paula Ferraz considera que ficou provada a existência de crimes executados através de uma “hierarquia respeitada”. Alegadamente, Pereira Cristóvão, também ex-inspetor da Polícia Judiciária, era o ‘cabecilha’ e terá fornecido as informações sobre as casas. Mustafá, juntamente com o irmão Paulo Santos, surgia numa segunda linha, com a responsabilidade de selecionar os operacionais para os roubos. No entanto, há outra versão, que, segundo a magistrada, é apenas referida por Pereira Cristóvão. É que o ex-dirigente já assumiu a ligação aos crimes, mas nega ser o ‘cérebro’. Relativamente ao primeiro assalto, o antigo inspetor disse que foi outro arguido, Celso Augusto, a
ANTIGO VICE-PRESIDENTE DO SPORTING É REFERIDO COMO O CABECILHA DO GRUPO QUE PRATICOU OS CRIMES
surgir com a pretensão de efetuar uma “cobrança” de uma comissão de 100 mil euros a um empresário, correspondente a 10% de um negócio.
No que toca ao segundo furto, que viria a fracassar, o ex-dirigente terá referido que a vítima mantinha uma alegada dívida com Celso Augusto. Ora, o MP considera que a tese de Pereira Cristóvão não é “coerente” e, por isso, pede a absolvição de Celso Augusto, que cumpre atualmente uma pena por tráfico de droga.
Os arguidos, de resto, respondem por crimes como roubo, sequestro e abuso de poder. Pereira Cristóvão e Mustafá já estiveram detidos em 2015 mas a condenação foi anulada. No entanto, o líder da Juve Leo está em prisão preventiva devido aos ataques em Alcochete.