Record (Portugal)

“REESTRUTUR­AÇÃO TINHA DE SER FEITA”

- NORBERTO SANTOS

“IREMOS DAR A RÉPLICA POSSÍVEL AO NOSSO RIVAL, GASTANDO MUITO MENOS DINHEIRO”

O antigo campeão olímpico e diretor do departamen­to de atletismo do Sporting explica os motivos das saídas dos atletas masculinos de Alvalade, ao mesmo tempo que faz a defesa de uma equipa competitiv­a em femininos

Como antevê a próxima temporada em função dos cortes financeiro­s para o atletismo?

CARLOS LOPES – Antes de responder em concreto à pergunta, diria que ao longo dos anos, e já são muitos aqueles em que estou no Sporting, sempre houve situações pontuais como esta, de saída de atletas. São coisas que acontecem e que ganham maior ou menor notoriedad­e em função das alturas e de como está o clube em termos financeiro­s e em reflexo de gastos anteriores que podem ser considerad­os excessivos.

Acredita, mesmo assim, num Sporting vitorioso?

CL – O Sporting vai ter uma equipa feminina altamente competitiv­a e em termos masculinos iremos dar a réplica possível ao nosso rival, gastando muito menos dinheiro. O que foi feito foi diminuir os gastos de uma maneira significat­iva com os homens. Praticamen­te só temos um atleta por prova por força das diretrizes que recebemos. Esta reestrutur­ação tinha de ser feita, mas conseguimo­s com muito esforço manter um equilíbrio e conferir tranquilid­ade aos atletas.

Foi o Carlos que falou com os atletas, entre eles Tiago Aperta, Marcos Fortes e Yazaldes Nascimento. Deve ter sido duro ouvir que o clube não os queria para o próximo ano...

CL – Houve de tudo um pouco. Uns atletas foram mais compreensí­veis que outros porque lhes foi dito que não havia mais dinheiro para gastar. E para mim também não foi fácil. Fi-lo por dever ao Sporting e há alturas na nossa vida em que temos de servir o clube. Eu não fui o responsáve­l por o Sporting ter contratado nos últimos anos tantos atletas com a esperança de ser campeão nacional masculino. Gastou-se muito dinheiro e fomos sempre segundos. Portanto, agora tinha de ser feita uma alteração. Há feridas que custam a sarar, mas estamos a construir uma equipa de futuro.

A aposta é clara nos jovens?

CL – Claro que sim. Temos de dar confiança a esses jovens que podem conquistar mais taças e troféus para o Sporting. Eles é que vão ser a garantia dos nossos sucessos. CL – É disso que estou a falar. É um jovem com muito futuro e que devidament­e enquadrado pode ser um atleta da primeira linha e aos poucos integrar a equipa que vai à Taça dos Campeões Europeus. Espero que corra tudo bem para fazermos um bom contrato.

Acha que o Sporting tem condições para interrompe­r a hegemonia do Benfica na pista, campeão nos últimos nove anos?

CL –A vida é feita de ciclos e, na realidade, os nossos rivais fizeram uma aposta clara em masculinos, enquanto nós damos cartas na

Europa em femininos com uma equipa que tem ido sempre ao pódio. As opções agora são mais limitadas porque temos menos atletas, mas penso que é chegada a altura de os atletas se quererem valorizar e darem um passo em frente e serem ambiciosos, pois se não fizerem bons resultados também não terão muitas possibilid­ades de continuar a servir o clube.

O Sporting tem os ordenados em dia com os atletas?

CL –Felizmente está tudo em ordem. Só falta pagar o mês de outubro, que ainda não terminou.

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CARLOS LOPES

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