SANDRO DESPEDIDO
Direção afasta técnico após nulo com Marítimo. Acácio Santos assume comando interino
Pouco depois do nulo com o Marítimo, no Bonfim, a direção do V. Setúbal anunciou em comunicado o despedimento de Sandro Mendes ao fim de dez jogos oficiais em 2019/20 (duas vitórias, seis empates e duas derrotas). Acácio Santos, treinador adjunto que tem o 4º nível e que, por isso, acompanhava Sandro Mendes no banco, assume o comando da equipa de forma interina, sendo expectável que lidere os sadinos na deslocação ao terreno do Santa Clara, na próxima quinta-feira.
Mourinho reage a Record
O treinador português, adepto confesso dos sadinos e presença regular nas bancadas do Bonfim esta temporada, não concorda com o afastamento de Sandro Mendes. “É uma injustiça. O Sandro é um rapaz da cidade, que se formou no clube e que até foi vendido com um bom encaixe financeiro. Quando o Vitória estava num momento difícil foi chamado e salvou o clube da descida”, começou por dizer a Record, lembrando que, este ano, o técnico, “tendo em conta as saídas e a qualidade das entradas, estava a manter a equipa numa situação classificativa de acordo com o potencial que tem”. “Penso que o despedimento foi uma injustiça”, acrescentou Mourinho.
Para o Special One, a decisão da direção liderada por Vítor Hugo Valente não é uma surpresa. “No futebol já nada me surpreende. Mas Setúbal é uma cidade pequena e já corriam rumores sobre a saída do Sandro. Constava-se mesmo que não só estava preparada como, inclusivamente, já estava decidida a entrada de outro treinador ainda antes do afastamento dele. Pelos vistos não eram só rumores, era o que estava a acontecer. Mas no futebol, repito, nada me surpreende”, referiu o treinador, de 56 anos, para quem a saída de Sandro era apenas uma questão de tempo: “Parece que quase se esperava por uma não vitória para esta mudança.” José Mourinho acrescentou ainda que, “enquanto vitoriano, independentemente de quem é o presidente, o treinador ou os jogadores, o que interessa é que o Vitória ganhe”. Mas a saída de Sandro, acrescenta, será difícil de digerir pelos adeptos do emblema sadino: “Naturalmente, como setubalense, tal como o Sandro, e pela maneira como sentimos o Vitória, fico triste com a saída dele e, sobretudo, pela forma como aconteceu. Foi despedido imediatamente a seguir a um jogo, ainda por cima um que, não tendo sido bom, esteve de acordo com o potencial da equipa. O Vitória não foi derrotado e o resultado mantém-no com os mesmos pontos de equipas do meio da tabela, muitas delas com um potencial muito superior.”
“O CLUBE ESTAVA NUMA SITUAÇÃO DIFÍCIL E O SANDRO SALVOU-O DA DESCIDA. É UMA INJUSTIÇA”