Record (Portugal)

“SONHO GANHAR O CAMPEONATO MUNDIAL”

- RAFAEL GODINHO

És natural do Algarve. Foi lá que apanhaste as primeiras ondas?

YOLANDA SEQUEIRA – Fiz a minha primeira surfada na Quarteira, numa escola que tinha acabado de ser formada.

O que é que te motivou a pegar numa prancha e a ir para dentro de água?

YS – Aprendi a nadar ainda muito nova. A minha irmã ensinou-me quando eu tinha um ano e meio e, por isso, estive sempre ligada à água. O meu pai tinha uma casa ao pé da ilha do Farol e passava lá os meus verões todos a nadar e a pescar. Estive sempre ligada ao mar. Já fazia natação e futebol e pensei experiment­ar uma coisa diferente. Quando experiment­ei pela primeira vez, fiquei logo com o ‘bichinho’.

Mas as ondas no Algarve não eram as melhores…

YS – Não eram grande coisa [risos]. Em Quarteira é preciso haver tempestade­s para aparecerem ondas boas. Não têm tanta consistênc­ia como no Norte.

Seguiu-se Sines...

YS – Pois! Andava pelo Algarve à procura de sítio para me treinar. Cheguei a ir a Portimão, mas sentia que o meu surf não estava a evoluir da maneira que queria. Por acaso conheci o John, o meu treinador, num campeonato regional lá em baixo. Ele na altura fazia um Summer Camp em Sines e foi das melhores experiênci­as que tive.

Passado dois anos deixaram de fazer esse Summer Camp, mas eu continuei a ir para lá de autocarro aos fins de semana só para ir lá surfar.

Foi duro fazer essas viagens?

YS – Custou-me muito! Eu não venho de famílias ricas e custou-me um bocadinho no bolso. Fiz o sacrifício porque era o que queria fazer e o John é um grande treinador e sabia que me podia levar a patamares mais elevados.

Conseguist­e o título de campeã nacional este ano. É uma época a correr de feição?

YS – Foi a época em que evoluí mais. Treinei-me como nunca, mas abdiquei de muita coisas.

O que é que ficou para trás?

YD – A família e os amigos. As pessoas não pensam nisso, mas torna-se duro. Não poder ver a família é difícil. Tenho um sobrinho que tem 3 anos e quase não o vejo e não acompanho o cresciment­o dele, o que me deixa triste. Mas isto está a dar resultados e vai levar-me ao meu grande objetivo: o campeonato mundial.

Qual foi a sensação de te sagrares campeã nacional?

YS – Foi incrível! Foi um objetivo que já tinha em mente há muito tempo. O ano passado estive tão

“ESTA FOI A ÉPOCA EM QUE EVOLUÍ MAIS. TREINEI-ME COMO NUNCA, MAS ABDIQUEI DE MUITAS COISAS”, LEMBRA

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