“SONHO GANHAR O CAMPEONATO MUNDIAL”
És natural do Algarve. Foi lá que apanhaste as primeiras ondas?
YOLANDA SEQUEIRA – Fiz a minha primeira surfada na Quarteira, numa escola que tinha acabado de ser formada.
O que é que te motivou a pegar numa prancha e a ir para dentro de água?
YS – Aprendi a nadar ainda muito nova. A minha irmã ensinou-me quando eu tinha um ano e meio e, por isso, estive sempre ligada à água. O meu pai tinha uma casa ao pé da ilha do Farol e passava lá os meus verões todos a nadar e a pescar. Estive sempre ligada ao mar. Já fazia natação e futebol e pensei experimentar uma coisa diferente. Quando experimentei pela primeira vez, fiquei logo com o ‘bichinho’.
Mas as ondas no Algarve não eram as melhores…
YS – Não eram grande coisa [risos]. Em Quarteira é preciso haver tempestades para aparecerem ondas boas. Não têm tanta consistência como no Norte.
Seguiu-se Sines...
YS – Pois! Andava pelo Algarve à procura de sítio para me treinar. Cheguei a ir a Portimão, mas sentia que o meu surf não estava a evoluir da maneira que queria. Por acaso conheci o John, o meu treinador, num campeonato regional lá em baixo. Ele na altura fazia um Summer Camp em Sines e foi das melhores experiências que tive.
Passado dois anos deixaram de fazer esse Summer Camp, mas eu continuei a ir para lá de autocarro aos fins de semana só para ir lá surfar.
Foi duro fazer essas viagens?
YS – Custou-me muito! Eu não venho de famílias ricas e custou-me um bocadinho no bolso. Fiz o sacrifício porque era o que queria fazer e o John é um grande treinador e sabia que me podia levar a patamares mais elevados.
Conseguiste o título de campeã nacional este ano. É uma época a correr de feição?
YS – Foi a época em que evoluí mais. Treinei-me como nunca, mas abdiquei de muita coisas.
O que é que ficou para trás?
YD – A família e os amigos. As pessoas não pensam nisso, mas torna-se duro. Não poder ver a família é difícil. Tenho um sobrinho que tem 3 anos e quase não o vejo e não acompanho o crescimento dele, o que me deixa triste. Mas isto está a dar resultados e vai levar-me ao meu grande objetivo: o campeonato mundial.
Qual foi a sensação de te sagrares campeã nacional?
YS – Foi incrível! Foi um objetivo que já tinha em mente há muito tempo. O ano passado estive tão
“ESTA FOI A ÉPOCA EM QUE EVOLUÍ MAIS. TREINEI-ME COMO NUNCA, MAS ABDIQUEI DE MUITAS COISAS”, LEMBRA